Publicado em: 06/03/2012 às 18:30hs
A pesquisadora Marília Nutti, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, será uma das palestrantes ao lado do economista Alexandre Stein, do International Food Policy Research Institute (IFPRI).
No Brasil, as atividades dos projetos de biofortificação de alimentos (HarvestPlus, AgroSalud e BioFort) estão sendo coordenadas pela Embrapa Agroindústria de Alimentos e envolve a participação de mais de 150 profissionais de 11 centros da Embrapa, universidades e parceiros ligados a prefeituras e escolas técnicas. Os projetos já chegaram a cultivares de mandioca e batata-doce com maiores teores de carotenoides; milho com altos níveis de pró-vitamina A; arroz, feijão, feijão-caupi e trigo com maiores teores de ferro e zinco; e produtos extrusados e de panificação feitos com farinhas biofortificadas.
A biofortificação tem o objetivo de aumentar o acesso a alimentos mais nutritivos e que já fazem parte da dieta da população sem a necessidade de mudanças nos hábitos alimentares. No campo, as cultivares são selecionadas e as mais promissoras passam para a fase de melhoramento convencional. O objetivo é chegar a alimentos mais nutritivos mas que também tenham boas qualidades agronômicas (produtividade, resistência à seca, pragas e doenças) e boa aceitação do mercado.
Ao mesmo tempo, os estudos de biodisponibilidade são conduzidos nos laboratórios da Embrapa e em universidades parceiras para avaliar se o organismo humano é capaz de absorver os micronutrientes presentes nas cultivares melhoradas. Parcerias estratégicas foram desenvolvidas com o Programa de Alimentação Escolar em vários municípios, onde as cultivares mais nutritivas estão sendo produzidas por agricultores locais e endereçadas à merenda escolar.
Outras atividades dizem respeito aos estudos de retenção, análise sensorial, investigação dos hábitos de consumo, condições socioeconômicas das populações-alvo residentes em áreas com baixos índices de desenvolvimento humano (IDH) e seu status antropométrico.
Na América Latina, o AgroSalud, sob responsabilidade do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), sediado na Colômbia, tem medido o custo-benefício da biofortificação em vários países latinoamericanos. A análise leva em conta o peso da deficiência de micronutrientes e mostra que quando a biofortificação é bem sucedida, tanto na pesquisa como na transferência de tecnologia e no consumo, as deficiências causadas pela ausência de minerais e vitaminas podem ser reduzidas de forma significativa. Este será o foco da apresentação de Alexander Stein, do IFPRI.
Fonte: Embrapa Agroindústria de Alimentos
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