Outros

Pactuados entre agentes financeiros e governo 1.400 novos projetos para a região cacaueira

Indústria sinaliza com necessidade de cacau


Publicado em: 25/05/2012 às 18:40hs

Pactuados entre agentes financeiros e governo 1.400 novos projetos para a região cacaueira

Em evento organizado pela Secretaria de Agricultura do estado, com o objetivo de buscar caminhos para destravar o crédito na região cacaueira, os agentes financeiros, Banco do Brasil e do Nordeste, e os governos federal e estadual, através da Ceplac e Seagri-Ebda, pactuaram o compromisso da aprovação de 1.400 projetos para a região, sendo 500 para a região de Ilhéus, incluindo os municípios circunvizinhos que tem a mesma característica, e 900 na região de Gandu, sendo que cada banco ficará responsável por aprovar metade dos projetos.

Esse pacto foi um dos resultados das reuniões de trabalho realizados nesta quinta-feira (24), durante todo o dia, em Ilhéus e Gandu, com centenas de produtores, representantes dos bancos, da Ceplac, sindicatos, associações e cooperativas para debater esta questão. Os bancos se comprometeram também a estudar a proposta de ampliar de dois para três anos o prazo de carência para pagamento dos créditos para custeio. Uma comissão formada por técnicos da EBDA, Ceplac e Senar foi formada para interagir com os bancos e viabilizar o cumprimento do que foi acordado. "Nossos estudos mostram que três gargalos, crédito, assistência técnica e tecnologia, impedem ou atrapalham o desenvolvimento da agropecuária da região. Hoje focamos aqui no destravamento do credito”, explicou Eduardo Salles.

Para ter acesso aos recursos, os produtores vão elaborar projetos com assistência da Empresa Baiana e Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e da Ceplac. Com o aval dessas entidades, os projetos serão encaminhados às superintendências do BB e BNB, que darão o sinal verde para as agências na região. Esse processo vai agilizar a liberação do crédito. Equipes técnicas da EBDA e Ceplac vão trabalhar em sintonia com técnicos dos bancos para elaborar planilhas de custeio, relacionando o que os produtores querem fazer e quanto vão precisar.

Na região de Gandu serão atendidos agricultores dos municípios de Gandu, Nova Ibia, Itamari, Pirai d Norte, Wenceslau Guimarães, Teolândia, Presidente Tancredo Neves e Ipirapitanga.

“A Bahia tem grande potencial e pode dobrar a produção, que hoje é de 180 toneladas/ano, tornando o Brasil autossuficiente, além de poder voltar a ser grande exportar de amêndoas”, disse Rodrigo Chateaubriand Bandeira de Melo, diretor da Associação das Indústrias Produtoras de Chocolate, (AIPC) acrescentando que “a melhor tecnologia do mundo está aqui, através da Ceplac” Ele salientou que “para crescer e aumentar a produção, os produtores precisam de recursos para custeio”.

Chateaubriand apresentou o cenário mundial da produção de cacau, 70% concentrada na África, e o quadro hoje no Brasil, que responde por cerca de 5%. Ele destacou que as indústrias brasileiras tem capacidade instalada para processar 260 mil toneladas/ ano, demonstrando aos bancos a necessidade de cacau para as indústrias, que tem interesse de comprar a matéria prima produzida na Bahia, com preços estáveis. As indústrias de chocolate importam hoje amêndoas o equivalente a 150 milhões de dólares/ano.

O interesse da indústria, além de fazer com que o Estado reduza e até possa suspender a importação de cacau, dará segurança aos bancos, demonstrando que o cenário é favorável e que os produtores terão mercado garantido, aumentando a renda e tendo condições de honrar os compromissos assumidos com as instituições financeiras.

Representando a Ceplac, o pesquisador Milton Conceição fez palestra mostrando as tecnologias disponíveis para o aumento da produtividade, indicando também as necessidades de recursos para custeio.

“A região está organizada e pronta para crescer. Só precisamos que os bancos sejam sensibilizados e liberem recursos para custeio e investimento”, afirmou Renato Dias Souza, presidente do Sindicato Rural de Gandu, região que se destaca por estar desenvolvendo a cultura do associativismo e do cooperativismo.

O superintendente do Banco do Brasil, (BB) João Batista, e o assessor da presidência do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), José Nunes Junior, debateram com os produtores as dificuldades e se comprometeram em contribuir para o desenvolvimento da região do cacau, que fatura anualmente R$ 600 milhões.

Destacando a importância de créditos para custeio e novos investimentos, Eduardo Salles disse que “estamos começando esse processo com a cacauicultura, mas devemos expandir para as demais cadeias prioritárias (leite, da fruticultura, ovinocaprinocultura, oleaginosas, aquicultura e pesca apicultura e mandioca, incluídas no programa Vida Melhor), lançando no final do ano passado pelo governador Jaques Wagner”.

Além do secretário, dos representantes do BB e BNB, do superintendente da Desenvolvimento Agropecuário (SDA), Raimundo Sampaio e os palestrantes, participam das reuniões os presidentes da EBDA, Elionaldo Teles, e da Adab, Paulo Emílio Torres; dirigentes de sindicatos rurais, associações e cooperativas de Ilhéus e Gandu, e da Associação de Produtores de Cacau (APC), além de gerentes das agência dos bancos e secretários de agricultura dos municípios.

Fonte: SEAGRI BA - Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária

◄ Leia outras notícias