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Novas regras do BC impulsionam cooperativas

O Banco Central (BC) divulgou no final de outubro que o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCOOP) contará com R$ 400 milhões ao entrar em operação, o que deve ocorrer no segundo semestre do próximo ano


Publicado em: 13/11/2012 às 19:20hs

Novas regras do BC impulsionam cooperativas

Com isso, a expectativa das cooperativas financeiras paranaenses é que o público em geral tenha maior confiança no sistema, para que cresça em participação de mercado frente aos bancos.

Cobertura - Pela regulamentação, o FGCOOP cobrirá R$ 70 mil de aplicações por CPF de associados ao sistema, por meio da contribuição de 0,0125% ao mês, ou 0,15% ao ano sobre a base de valores segurados. Do mesmo modo como ocorre com os bancos, o dinheiro arrecadado evitará a perda total das reservas de clientes caso ocorra a falência da empresa.

Repasse - Para chegar aos R$ 400 milhões, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), modelo usado pelos bancos, vai repassar de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões que as cooperativas cedem para o Recheque (recursos obtidos com taxas de devolução de cheques ou retirada de nome da lista de clientes que passaram cheques sem fundos). O restante do valor virá dos fundos próprios que já existem nas maiores associações de cooperativas, como o Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) e o Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi).

Total - Ao todo, são dez fundos garantidores pelo sistema cooperado, com cerca de R$ 300 milhões em caixa. A expectativa é de que o FGCOOP cubra 98% dos créditos das 1.234 cooperativas e dois bancos cooperativos do País, que atendem cerca de 6 milhões de pessoas.

Crescimento - O diretor executivo do Sicredi União-PR, Rogério Machado, afirma que o formato de cooperativas de crédito cresce 25% ao ano no País e que chegou o momento de consolidação. ''É uma definição de valores e um marco regulatório, que fará com que os mercados vejam o sistema como mais seguro.''

Necessidade - Diretor executivo do Sicoob Norte do Paraná, Emerson Ferrari conta que as regras do BC são mais necessárias para pequenas cooperativas de crédito que não contem com um fundo garantidor próprio. ''No nosso caso, não muda a questão de segurança, mas vai ficar mais claro e visível para o cliente de todas as associações.''

Interesse - Ambos os diretores executivos dizem que as cooperativas de crédito se mostram cada vez mais sólidas, o que tem ampliado o interesse dos clientes de bancos pela adesão ao sistema.

Em crescimento
- As cooperativas de crédito são como bancos, que respeitam as regras e devem ter o funcionamento autorizado pelo BC. As principais diferenças são que o sistema é sem fins lucrativos e, para ser cliente ou ter acesso a empréstimos, é preciso se tornar associado à instituição financeira, com direito a voto e divisão de resultados. Ou seja, ao contrário de um banco comum, os lucros das cooperativas são devolvidos aos clientes associados. Segundo Ferrari, a França é o país com a maior porcentagem de ativos pelo sistema de cooperativas de crédito, com 43%. Canadá e Holanda vêm na sequência, com 40%. Enquanto o Brasil está com apenas 2% nesse tipo de bem, o Paraguai, por exemplo, tem 20%. ''A distribuição de renda fica na região com os cooperados, enquanto grandes bancos mandam os lucros para os proprietários'', diz o diretor executivo do Sicoob.

Solidez - Apesar da criação de um fundo para garantir capital a associados em caso de falência, o BC informa que as cooperativas de crédito são até mais sólidas do que os bancos do País, de forma geral. Conforme o órgão, o Índice de Basileia, acordo mundial que mede o capital dessas instituições, está em 27,1% pelo sistema de associações e em 17,1% pelos bancos nacionais. Isso significa que as cooperativas têm R$ 27,10 em patrimônio para cada R$ 100 que emprestam, enquanto os bancos têm R$ 17,10.

Fonte: Agência Estado

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