Publicado em: 13/09/2013 às 14:50hs
A principal via de escoamento da produção agrícola da região Leste de Mato Grosso e do sul paraense rumo aos portos do Norte esconde em seu trajeto diversas “armadilhas”. O descaso com a preservação das pontes e a má qualidade da pavimentação encarece o frete e prejudica o escoamento da safra dos dois estados. Todos esses problemas foram identificados pelos integrantes do Estradeiro Aprosoja da BR-158, que saíram de Cuiabá na segunda (9) para acompanhar de perto as condições de trafegabilidade da rodovia federal.
Percorrer o trecho de 192 quilômetros entre as cidades de Santana do Araguaia e Redenção, no Pará, é no mínimo uma aventura não divertida. O trajeto ora é pavimentado, ora possui pavimentação precária, - em alguns lugares o asfalto chegou a ser retirado propositalmente para manutenção-, e por vezes a pavimentação ainda não chegou. O motorista precisa estar atento e em baixa velocidade para poder reduzir a marcha e desviar das incontáveis “panelas” na pista.
A situação caótica da estrada é semelhante à encontrada pelo mesmo Estradeiro em setembro de 2012, há exato um ano. Assim como na ocasião anterior, as péssimas condições do tráfego entre Santana do Araguaia e Redenção deixaram preocupado o diretor executivo do Movimento Pro-Logística, Edeon Vaz Ferreira. “É uma vergonha o nível que o descaso chega nessa região. Ficamos inconformados ao constatar que nada mudou em relação às pontes deste trecho”, afirmou.
Um dos principais problemas encontrados é a presença de pontes improvisadas com grades de metal, que foram construídas pelo exército, há duas décadas, como medida paliativa. O que era para ser temporário, desde então se tornou permanente. Os 63 metros de extensão da ponte sobre o igarapé Inajá têm placas de metal danificadas, ausentes e com visíveis sinais de deterioração. Além disso, a estrutura não possui nenhuma proteção para o tráfego de veículos.
O produtor em Querência e vice-presidente da Aprosoja na região Leste, Gilmar Dell’ Osbell, constatou in loco o entrave que essas pontes têm sido para o escoamento da safra. “Nós queremos levar parte da nossa produção para os portos do Norte, mas pela atual condição da estrada o alto preço do frete inviabiliza essa alternativa”, lamentou.
Se durante o dia o risco de passar pela ponte já é alto, à noite o perigo ganha proporções gigantescas. No local já foram registrados vários acidentes, envolvendo carros de pequeno, médio e grande porte, assim como motocicletas. Em várias ocorrências houve vítimas fatais.
O morador da região Ademir Muniz, que passa há quinze anos pela mesma ponte, revela que a situação é um caos. “Sinto-me envergonhado. Este é meu caminho há anos e a falta vontade que vejo dos nossos representantes em trabalhar para dar fim a essa ponte perigosa é nula”, reclamou Muniz.
O trecho de quase 200 quilômetros também possui outros vários problemas, entre eles pontes monovias, onde é possível passar apenas um veículo por vez, tudo isso sem sinalização adequada. Outro fato constatado pelos integrantes do Estradeiro é que a maioria das pontes possui ao lado uma pré-estrutura para execução de obras que substituiriam as atuais. Além de paradas, essas obras estão deteriorando com o tempo.
Fonte: Aprosoja
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