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Mês de abril é limite para a divulgação do Plano Safra de inverno

O secretário adjunto da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Cláudio Fioreze, acredita que o Mapa irá anunciar o Plano Safra de Inverno em tempo hábil para as tomadas de decisões do setor produtivo


Publicado em: 30/03/2012 às 19:20hs

Mês de abril é limite para a divulgação do Plano Safra de inverno

A expectativa de que o governo federal anuncie o Plano Safra para as culturas de inverno antes do plantio, revelando o volume de recursos, mecanismos de apoio à comercialização e preço mínimo, está sendo bastante aguardada pelo setor produtivo. Conforme o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Caio Rocha, o processo não é tão simples assim. Segundo ele, o lançamento do plano ainda não tem data prevista. O trabalho agora está concentrado na revisão do preço mínimo de produtos como trigo, alho, canola, cevada, entre outras culturas.

Contudo, de acordo com o secretário adjunto da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Cláudio Fioreze, dividir o Plano Safra entre as culturas de inverno e verão é um avanço, pois permite aprofundar as necessidades, tendo medidas específicas para cada uma das culturas e atividades produtivas. “Especialmente para a região Sul do país, pois temos atividades de inverno que realmente são importantes como a cultura do trigo, as pastagens, a própria integração entre pecuária e lavoura”, salienta ele.

Porém, Fioreze esclarece que de nada adianta lançar o plano de inverno em maio ou junho. “Na minha opinião, o tempo hábil para a divulgação das medidas seria meados de abril. Mas, acredito que o Mapa conseguirá atender os pedidos do setor, pois temos o ministro Mendes Ribeiro Filho que é gaúcho, o secretário de Política Agrícola também conhece a realidade do Estado e eles sabem bem qual é o calendário da necessidade dos nossos agricultores”, acredita.

Dentre as principais medidas esperadas pelos agricultores, segundo Fioreze, estão aquelas relacionadas à comercialização dos produtos de inverno, especialmente do trigo. “Temos disponibilidade de crédito para o plantio, pois dos R$ 15 bilhões liberados pelo governo federal no início do Plano Safra de 2011 ainda temos cerca de R$ 6 bilhões. Então, o que temos que ver é a questão da renda do produtor, e isso está muito mais relacionado a políticas de garantia de preço mínimo, de escoamento da safra e de armazenamento, do que propriamente de crédito”, revela ele, observando que o produtor vai se estimular muito mais a plantar trigo se tiver um preço bom, uma garantia de renda e de escoamento de produção do que crédito para plantar.
 
Culturas de inverno merecem estímulo

Segundo Fioreze, o setor produtivo requereu ao Mapa que houvesse uma atenção especial aos cultivos de inverno. “Isto é muito importante, pois no verão, no Rio Grande do Sul se cultiva cerca de 7,5 milhões de hectares. E no inverno temos em torno de 700 a 800 mil hectares de trigo e o resto é ocupado por pastagens ou então fica em pousio”, informa ele, acrescentando que, desta forma, existe um potencial muito grande de produção de grãos no inverno que não está sendo aproveitada.

Um dos motivos que dificultam o plantio do trigo, conforme ele, são os acordos do Mercosul, que forçam a importação de uma quota da Argentina. “Por outro lado, imagino que em função das dificuldades com as estiagens enfrentadas pelas culturas de verão, de fato, os governos têm que pensar em apoiar a produção de alimentos no inverno, devido a existência desta área ‘ociosa’”, ressalta.

Além disso, é preciso ter mais alimentos para sustentar as cadeias pecuárias, como é o caso da suinocultura, das aves e do leite, que necessitam, basicamente, da produção de milho. “Porém, o milho é muito suscetível a estiagem e o Brasil, tradicionalmente, importa em torno de dois milhões de toneladas de milho. Uma das alternativas para diminuirmos a necessidade da importação de grãos é aumentarmos a produção no inverno, ocupando melhor estas áreas e dando uma alternativa de renda a mais para o agricultor”, explica Fioreze.

Todavia, é preciso políticas de incentivo, como por exemplo, desenvolver outras variedades de trigo e demais cereais de inverno para destinar para a ração animal. “Este é um debate que estamos dispostos a fazer, porque nós acreditamos que seja uma das alternativas para melhorar a competitividade das cadeias agropecuárias do Estado, especialmente a suinocultura, aves e leite”, finaliza ele.

Fonte: Diário da Manhã

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