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Ministro reafirma compromisso com a reforma agrária, em assentamento modelo no RS

Nesta segunda-feira (2), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, reafirmou o compromisso do Ministério e do governo federal com a reforma agrária.


Publicado em: 03/04/2012 às 16:10hs

Ministro reafirma compromisso com a reforma agrária, em assentamento modelo no RS

A afirmação foi feita durante a 9ª Abertura da Colheita do Arroz Ecológico, realizada anualmente. Neste ano, o evento foi realizado no assentamento Capela, no município gaúcho de Nova Santa Rita. Vargas enfatizou, ainda, que os movimentos sociais desempenham um papel fundamental, ao cobrar do governo maior rapidez para os assentamentos e investimentos para melhorias em infraestrutura.

Ao lado do governador do Estado do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o ministro subiu numa colheitadeira adquirida com recursos do Programa Mais Alimentos, do MDA, simbolizando, assim, o início da colheita. Antes, Pepe Vargas e o governador conheceram, também, a usina de secagem e armazenamento de arroz equipada com recursos federais. “São programas como o Mais Alimentos, o Pronaf e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) que contribuem para transformar em realidade a produção ecológica nos assentamentos”, destacou o ministro.

Vargas destacou o que chamou de “um conjunto de símbolos” que merecem comemoração em eventos como aquele: “É a reforma agrária, que garante às pessoas o direito de produzir para viver bem e para as pessoas da cidade o acesso a uma alimentação com qualidade. É, também, a sustentabilidade, que a grande agricultura de propriedades familiares prova ser possível nos assentamentos, em conjunto com as políticas do governo, viabilizam da produção ecológica”, disse.

O ministro sugeriu a criação de um evento, em nível nacional, para troca de experiências e mostra de exemplos exitosos, como o do assentamento Capela, que é modelo no estado. “É uma alegria redobrada ver este assentamento como está agora. Eu conheci a realidade de muitas das pessoas que estão aqui quando moravam embaixo da lona preta, na Fazenda Capela. É um modelo que deve ser mostrado para todo o país”, relembrou o ministro.

Estimativa de produzir 280 mil sacas de arroz


A festa da colheita é organizada com apoio do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), da Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos e da Cooperativa Central dos Assentados do Rio Grande do Sul (Cootap). A produção estimada para esta safra de 2011/2012 é de cerca de 280 mil sacas de arroz orgânico, o que deverá superar em 25% a safra anterior. A participação de famílias na produção de arroz dessas cooperativas cresceu 20%, desde o ano passado, assim como a área plantada, que aumentou em 30% (em torno de 3,6 mil hectares).

O processo de produção do arroz é coordenado por famílias organizadas em cinco cooperativas de produção agropecuária de assentamentos do MST, que formaram um grupo gestor do arroz. São mais de 400 famílias, de 11 municípios, que vivem em 16 assentamentos, envolvidas direta e indiretamente na produção.

Convênio para levar água aos assentamentos


No mesmo evento, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, assinou um convênio com o governo estadual, que vai melhorar abastecimento de água nos assentamentos do estado. O Programa Água para Todos vai aportar R$ 40 milhões para abastecer 47 assentamentos no estado. O governador Tarso enalteceu a iniciativa, que vai elevar a qualidade de vida das pessoas e permitir o aumento da produção de alimentos. Tarso mencionou a consolidação dos assentamentos do MST no estado. “É um modelo que caracteriza o tipo de desenvolvimento que queremos para o nosso estado, com a participação direta dos movimentos sociais”, disse.

Mais qualidade de vida para os assentados

A produção de arroz ecológico no assentamento Capela transformou a vida de cerca de 50, das mais de cem famílias que moram no local. Pessoas como o agricultor Ildo Maciel da Luz, 48, que há cinco anos produz arroz de sementes. “É bom trabalhar sem agrotóxicos e saber que estamos produzindo um alimento mais saudável”, diz. Ildo cita algumas vantagens de ser cooperativado e de produzir no assentamento, como a garantia de comercialização e o acompanhamento da empresa de assistência técnica (Emater/RS). “O programa da alimentação escolar e a garantia de preço mínimo dão a segurança de que o que produzimos vai dar retorno e possibilitar a continuidade do nosso trabalho”, comemora.

O presidente do Comitê Gestor do Arroz Ecológico, Émerson Gicomelli, compartilha o sentimento de satisfação de Ildo, mas mostra que ainda é preciso melhorar a infraestrutura para que todas as etapas da produção do arroz ecológico sejam garantidas. “Temos um déficit de cerca de 40% para a secagem e armazenagem de arroz ecológico produzido em outros assentamentos no estado”, lembrou.

O dirigente do MST, João Paulo Rodrigues, afirmou que o evento foi uma oportunidade para levar a pauta de reivindicações dos movimentos sociais ao governo. “Este é o ano para debater a reforma agrária, que não pode ser sinônimo de conflito agrário. Precisamos debatê-la como instrumento para acabar com a miséria no campo e para chamar a atenção para outras necessidades, como a erradicação do analfabetismo no meio rural”, sintetizou.

Fonte: Assessoria de Comunicação MDA

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