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Infraestrutura do Sul precisa de R$ 70 bi contra gargalos, diz CNI

O levantamento, divulgado ontem (28), aponta que as perdas anuais em função do déficit da infraestrutura na região chegam a R$ 4,3 bilhões


Publicado em: 29/08/2012 às 17:10hs

Infraestrutura do Sul precisa de R$ 70 bi contra gargalos, diz CNI

Os gargalos em infraestrutura da região Sul foram levantados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em estudo que aponta a necessidade de investimento de R$ 70 bilhões em rodovias, ferrovias e portos para destravar os nós logísticos e aumentar a competitividade de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O levantamento, divulgado ontem (28), aponta que as perdas anuais em função do déficit da infraestrutura na região chegam a R$ 4,3 bilhões.

Intitulado “Sul Competitivo”, o estudo traz 177 projetos que devem estar na pauta do governo nos próximos anos. Entre os projetos, 51 são considerados prioritários e demandariam R$ 15,2 bilhões em investimentos.

“O investimento nesses projetos evitaria gastos anuais de R$ 3,4 bilhões, o que equivale a 80% das perdas totais de R$ 4,3 bilhões”, aponta o diretor responsável pelo estudo, Olivier Roger Sylvain Girard, sócio da Macrologística Consultoria.

A estimativa é que se os investimentos não forem feitos, o custo logístico de transportes da região Sul passe dos R$ 30,6 bilhões registrados em 2010 para R$ 47,8 bilhões em 2020. Esses valores representam a soma de todos os custos logísticos – frete, pedágio, taxas de terminais - pagos por todos os produtos originados.

“Faltam corredores rodoferroviários entre algumas regiões dos estados. O foco foi a iniciativa privada mostrar onde pode mostrar a competitividade”, diz Girard.

Os produtos mais relevantes para a balança comercial da região e que demandam novos investimentos em infraestrutura, segundo o estudo da CNI, são: açúcar e álcool; adubos e fertilizantes; arroz; avicultura; bovinos; calcário; carvão mineral; eletro-eletrônicos; ferro e aço; madeira; milho; petróleo e derivados; plásticos; químicos; soja; tabaco; trigo; veículos e autopeças.

Pontos críticos

A necessidade de investimento no setor rodoviário da região Sul é evidente nas 14 rodovias mais importantes da região, cujo tráfego excede em mais de 100% a capacidade das pistas, medida pelo movimento que cada uma é capaz de sustentar.

Na BR 116, que liga Curitiba a São Paulo, o excedente passa de 300% e, se nada for feito nos próximos anos, em 2020, o volume que será transportado vai ultrapassar em quase 500% o limite previsto.

O diretor responsável pelo estudo explica que a utilização maior do que a capacidade aumenta o custo da região.

A BR 116 também se encontra em estado crítico nos trechos entre Caxias do Sul-Lages, Lages-Mafra, Mafra-Curitiba, Pelotas-Porto Alegre, Caxias do Sul-Porto Alegre. Outra rodovia que possui vários trechos com uso acima da capacidade é a BR 101, entre Criciúma-Florianópolis, Joinville-Curitiba, Itajai-Joinville, Florianópolis-Itajaí.

Os principais projetos apontados para “desafogar” as BRs 101 e 116 são a construção do contorno de Guaratuba, a ponte sobre a Baía de Guaratuba; contorno da grande Florianópolis, acesso ao Porto de Itajaí. Também são levantadas a pavimentação da ligação entre BR-101 e Itapoá e a duplicação do acesso ao Porto de Imbituba.

A BR 153 entre Passo Fundo e Porto Alegre e a BR 369 entre Cascavel e Campo Mourão também estão acima da capacidade, assim como a BR 277 entre Irati-São Luiz do Puruná e Curitiba e Paranaguá.

O estudo aponta ainda que trechos das BRs 101, 116, 153 (Buenos Aires-São Paulo) e 285 são os mais interessantes para a iniciativa privada.

Projetos prioritários

O levantamento mostra oito projetos que são considerados prioritários para o desenvolvimento da região Sul. Entre eles, estão melhorias nas BRs 116, 101 e 282/280; construção de trecho faltante e melhorias na BR 285; construção de trechos da BR 153, entre São Paulo e Buenos Aires, possibilitando caminho menor entre as cidades ao passar por São Borja e BR 285 e 153.

Outra nova rodovia seria a chamada Boiadeira, que atravessaria o Paraná, ligando Porto Camargo (PR), na fronteira com o Paraguai, ao Porto de Paranaguá, no leste do Estado, passando por Campo Mourão e BR-487.

Ferrovias

No setor ferroviário, são necessários aportes de R$ 38,5 bilhões (50,8% da demanda total) para escoar a produção com custos menores do que os atuais R$ 30,6 bilhões gastos anualmente com logística.

As prioridades são a construção do trecho sul da Ferrovia Norte-Sul; e a construção da ferrovia entre Guaíra-São Francisco do Sul e Paranaguá via anel ferroviário.

Entre as maiores obras ferroviárias previstas nesse montante estão a chamada “Ferrovia do Frango”, que cortará o estado de Santa Catarina, ligando Cerqueira César ao Porto de Itajaí; o trecho sul da Ferrovia Norte-Sul; e a construção da ferrovia entre Guaíra-São Francisco do Sul e Paranaguá via anel ferroviário.

Já os projetos rodoviários de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e nos países limítrofes (Paraguai, Argentina e Uruguai) precisariam de R$ 20,4 bilhões (29% do total de investimentos necessários). Entre os projetos, considerados prioritários estão melhorias nas BRs 116, 101, 282, 280; 153, 285 e 487.

Outro setor que precisa ser desenvolvido são as hidrovias, que demandam desembolsos de R$ 5 bilhões. Os portos da região precisam receber R$ 3,9 bilhões. No setor aéreo, a adequação dos aeroportos ao fluxo de passageiros e cargas demandam R$ 1,7 bilhão. Já as dutovias precisam de R$ 561 milhões para tornar a região mais competitiva.

Fonte: Avisite

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