A seca é amplamente reconhecida como uma das consequências da variabilidade climática e um perigo que avança de forma natural e lenta. Respostas para este fenômeno, na maior parte do planeta, são reativas, ou seja, o foco está na gestão de crises, conhecida por ser inoportuna, mal coordenada e desintegrada.

Consequentemente, os impactos econômicos, sociais e ambientais das secas têm aumentado significativamente em todo o mundo. Dada a importância deste tema, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e a Convenção das Nações Unidas sobre Combate à Desertificação (UNCCD) realizam, nos dias 11 a 15 de março de 2013, em Genebra, Suíça, o maior encontro para debates sobre políticas nacionais de seca, a Reunião de Alto Nível de Políticas Nacionais sobre a Seca (HMNDP, sigla em inglês) veja o cartaz.

Nesta ocasião, a OMM e a UNCCD contam com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e outras 15 instituições, que unirão suas visões sobre este problema em três dias de debates focados no segmento científico e dois dias para debates de alto nível com os ministros dos países.

Dentre outros objetivos, o encontro pretende definir medidas de mitigação e de planejamento proativas de gestão de risco, divulgação e gestão dos recursos públicos, como elementos-chave de uma política nacional de seca eficaz.

Gertjan Beekman, coordenador da área de Recursos Naturais do IICA no Brasil, comenta que a instituição vem desenvolvendo diversas atividades no tema, e destaca a montagem dos Planos de Ação Estaduais de Combate à Desertificação de oito unidades da federação, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) [Alagoas; Ceará; Minas Gerais; Paraíba; Pernambuco; Piauí; Rio Grande do Norte; e Sergipe].

No encontro em Genebra, o IICA participará da mesa redonda que terá como foco, dentre outros, tópicos relacionados aos Sistemas de Alerta Precoce, conhecidos como SAP.

“Atualmente, o IICA, por meio da Coordenação de Agricultura, Recursos Naturais e Adaptação às Mudanças Climáticas, vem apoiando o desenvolvimento de SAPs em conjunto com a Diretoria de Combate à Desertificação do MMA, assim como, com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)”, destacou Beekman. Com a primeira instituição o objetivo é acompanhar os processos de desertificação por meio de indicadores e de referências (benchmarks) de como o fenômeno da desertificação se desenvolve em Áreas Susceptíveis á Desertificação (ASD), para que medidas apropriadas de controle e recuperação possam ser iniciadas no devido tempo.

Beekman comentou que “neste caso, o Georreferenciamento e Geoprocessamento de informações de áreas críticas e mais vulneráveis sujeitas ás intempéries características do Semiárido serão utilizadas na gestão de riscos visando o enfrentamento destes fenômenos”.

Com o INMET o Sistema Alert-AS terá como missão apoiar a vigilância e a previsão de fenômenos meteorológicos adversos, ou severos, sobre a América do Sul e oceanos adjacentes buscando minimizar os impactos sociais, econômicos e ambientais, constituindo-se em uma rede de excelência para intercâmbio de informações, prognóstico e difusão de alerta de fenômenos meteorológicos severos.