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Financial Times diz que governo atrapalha Graça Foster na Petrobras

Em entrevista com a executiva, o jornal inglês diz que é preciso tato para comandar a estatal brasileira


Publicado em: 10/10/2012 às 15:10hs

Financial Times diz que governo atrapalha Graça Foster na Petrobras

A entrevista de segunda-feira do jornal britânico Financial Times traz hoje como personagem a brasileira Graça Foster, presidente da Petrobras. Com o título "Da favela para a mesa principal" (From a favela to the top table), a publicação fala da executiva como uma mulher determinada e destaca a trajetória dela desde a infância humilde no Morro do Adeus, no Rio de Janeiro, até a chegada ao cargo de presidente da maior empresa da América Latina, com um valor de mercado de US$ 150 bilhões.

Comparando a vida de Graça Foster a um roteiro clichê para um filme de Hollywood, o FT diz que a sala que a executiva ocupa hoje na estatal - com muitas orquídeas e uma linda vista do Rio de Janeiro - é maior que a antiga casa onde ele vivia com sua família.

A reportagem fala também dos resultados ruins que a empresa vem apresentando, inclusive o primeiro prejuízo dos últimos 13 anos, apresentado no primeiro trimestre do ano. Mas, citando analistas do mercado, a diz que “há pouco que Graça Foster possa fazer para resolver os grandes problemas da Petrobras”.

O jornal destaca que o que maior peso sobre os resultados da Petrobras “está sorrindo em uma foto oficial com moldura dourada na parede atrás de Graça Foster”. Trata-se da foto da presidente Dilma Rousseff. A reportagem diz que o governo tem dificultado bastante a vida da executiva, ao criar restrições à contratação de empresas estrangeiras na exploração de petróleo, o que fez aumentar os custos da empresa.

O Financial Times cita ainda a política governamental de não aumentar o preço dos combustíveis, o que obriga a Petrobras a importar gasolina para atender a demanda interna que cresce substancialmente com o maior consumo da classe média. Segundo o jornal, escolhendo cuidadosamente suas palavras, Graça Foster afirmou que “Poderá fazer mais ajustes no tempo certo”. Segundo a publicação, o cuidado de Foster mostra que “Tato é a chave para a gestão de uma empresa estatal, na qual a presidente do país está sempre sobre seus ombros”.

Sobre o fato de ser a primeira mulher a dirigir a empresa, Graça Foster diz não se importar muito. “Minhas colegas e outra mulheres que encontro na rua ou na praia provavelmente apreciam mais a ideia de ter uma mulher no poder do que eu”.

Fonte: Época Negócios

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