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Famato encaminha propostas para o PAP 2012/2013

A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) encaminhou seis propostas para compor o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) da safra 2012/2013


Publicado em: 23/03/2012 às 10:10hs

Famato encaminha propostas para o PAP 2012/2013

Neste ano, as sugestões enviadas pela entidade foram todas embasadas e justificadas por estudos técnicos elaborados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), instituição ligada à Famato. Entre elas, merecem destaque as sugestões de criação de uma linha de crédito específica para reforma de pastagens e a criação do preço mínimo do boi gordo. As propostas ainda serão avaliadas pelo Mapa, mas foram endossadas pelo Governo do Estado de Mato Grosso, que encaminhou o mesmo documento ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O PAP é elaborado antes do início da safra pela Secretaria de Política Agrícola, ligada ao Mapa, que recolhe sugestões de entidades que representam o setor produtivo, como é o caso da Famato, dos governos estaduais, entre outros órgãos. "Todos os anos enviamos sugestões, mas desta vez usamos uma estratégia diferente. Embasamos todos os pedidos com estudos técnicos, com análises mais criteriosas, que justificam o que propomos ao Mapa. Conseguimos inovar e sair das propostas de apenas solicitar redução de taxas de juros e aumento de limite de crédito", explica o presidente do Sistema Famato, Rui Prado.

Para incrementar a produtividade na pecuária de corte, por exemplo, os pecuaristas de Mato Grosso precisam reformar a pastagem de suas propriedades. Porém, boa parte deles não dispõe de recursos suficientes para o investimento. O estudo do Imea identificou condições adequadas para a criação de uma linha de financiamento específica para reforma de pastagem no Estado com prazo mínimo para pagamento em 13 anos e taxa de juros menor ou igual a 5,5% ao ano (a.a.).

Segundo o gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi, outra medida sugerida pela entidade, cujo objetivo é garantir a estabilidade da atividade pecuária, é a criação do preço mínimo da arroba do boi gordo no valor de R$ 70,00. "A Famato acredita ser interessante a criação de uma política para proteção da pecuária de corte no momento da comercialização. E um dos mecanismos é a garantia do preço mínimo da arroba do boi gordo, que pode ser calculado a partir do levantamento do custo de produção regional, levando-se em conta os custos e características do sistema de produção local", argumenta Godoi.

A pesquisa do Imea identificou também que a rentabilidade da pecuária em Mato Grosso é significativamente menor quando comparada à agrícola e, por isso, sugeriu que as taxas de juros aplicadas ao Custeio Pecuário sejam de 5,5% e não mais de 6,75%.

Outra mudança deve ser feita no limite oferecido pelo Plano Safra, que no ciclo 2011/2012 foi de R$ 650 mil - crédito máximo adquirido por produtor. Este volume, segundo a pesquisa, é considerado insuficiente para as propriedades acima de 1 mil hectares cultivados com soja. "Solicitamos que o limite financiável para o Custeio Agrícola seja de R$ 1,3 milhão para os produtores de Mato Grosso. No Estado, cerca de 52% das propriedades que produzem soja possuem mais de 1 mil hectares. Por conta deste limite estabelecido no último PAP, estes produtores custearam suas safras com outros tipos de financiamento", informa Rui Prado.

Para proteger os produtores de soja e de milho do Estado, prevenindo-os da possibilidade de redução dos preços das commodities, o estudo do Imea verificou a necessidade de aumento do preço mínimo destas culturas. No caso da soja, a sugestão é aumentar dos atuais R$ 22,87 para R$ 27,00. Para o milho, o ideal é elevar o preço mínimo de R$ 12,60 para R$ 14,00 a saca.

Investimentos - Segundo o Imea, os limites por CPF para as linhas de crédito voltadas a investimentos (Moderinfra e Moderfrota/Pronamp) não são suficientes e não atendem as necessidades dos produtores mato-grossenses. Neste caso, o estudo identificou a necessidade de tornar essas linhas mais acessíveis e viáveis aos produtores do Estado. A Famato solicitou que os limites sejam aumentados para R$ 2 milhões no Moderinfra e para R$ 500 mil no Moderfrota/Pronamp, além de elevar a renda bruta anual dos médios produtores de R$ 700 mil para R$ 2 milhões em Mato Grosso.

A Famato é a entidade que representa os 86 sindicatos rurais existentes em Mato Grosso. Junto com Imea e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), forma o Sistema Famato.