Após a apresentação do módulo 1 do VII Fórum Internacional de Desenvolvimento Territorial: Dinâmicas Rurais Contemporâneas no Brasil e Políticas Públicas, começou o primeiro painel do evento. Coordenado pelo representante do Instituto Interamericano (IICA) no Brasil, Manuel Otero, o debate chamado As experiências europeias, teve a exposição das questões de ruralidade na Espanha, França e Holanda.

O primeiro a falar sobre o tema foi o espanhol José Emílio Guerrero. O doutor em Engenharia Agrônoma pela Universidade de Córdoba, na Espanha. Após diversos estudos, Guerrero deu um panorama da situação de seu país, quando se fala sobre ruralidade. "Sugiro que se faça uma tipologia, que sejam funcionais e objetivas. Nós chegamos à conclusão de que não há uma só tipologia para todos. Mas todos precisam ter uma em seus países”, declarou. O agrônomo ainda mostrou a evolução no conceito de ruralidade na Espanha. Nas décadas de 1950/60, o conceito era a imagem do interior do país; depois ruralidade passou a ser vista como uma localidade. Atualmente ela é vista como uma construção social.

Em seguida, o economista agrário Philippe Bonnal descreveu a Evolução da ruralidade na França. Ele mostrou a diversidade agrícola, apresentando o mapa da França, dividido pelas diferenças rurais, urbanas. “Precisa-se definir os critérios para atingirmos à tipologia perfeita. Isso é importante para definir a relação entre o campo e o urbano. Poucos sabem que boa parte da França é rural. A produção de vinho, leite. Toda essa parte industrial depende muito do rural, do agronegócio”, disse. Bonnal foi pesquisador do Observatório de Políticas Públicas para a Agricultura, do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento Agricultura e Sociedade (CPDA), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (OPPA/CPDA/UFRRJ) entre 2005 e 2010.

Para concluir o I Painel, a holandesa Sabine de Rooij, consultora independe, com estudos voltados para a sociologia familiar e rural. “A Holanda é muito menor do que o Brasil. Temos apenas 17 milhões de habitantes. Mas a diferença entre as regiões da Holanda são grandes demais. A parte rural do Leste da Holanda oferece 36% dos empregos, enquanto outras holandesas não oferecem quase nada. Por isso não é uma região muito isolada. A implementação de políticas e a descentralização oferecidas pelo governo nacional. Os atores locais definem seus objetivos, seus métodos e tipologias”, declarou Sabine de Rooij.

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