Publicado em: 04/05/2012 às 19:30hs
A experiência chinesa e a disposição da China em investir no Brasil podem contribuir significativamente para a solução de problemas na infraestrutura logística, um dos grandes gargalos da agropecuária brasileira, em especial nos estados do Centro-Oeste. A afirmação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul - FAMASUL e do CDE do Sebrae/MS, Eduardo Riedel, avaliando a viagem à China, realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA. Vice-presidente diretor da entidade, Riedel fez parte da comitiva liderada pela senadora Kátia Abreu que retornou essa semana, depois de cumprir extensa agenda naquele País.
Na pauta do grupo, destaque para o aumento e a diversificação das exportações brasileiras (o complexo de soja domina a pauta de exportações de produtos agropecuários para a China, com 70% das vendas para aquele País) e a cooperação no setor logístico entre os dois países. A experiência chinesa se mostra eficiente em especial na integração entre os modais aquaviário, ferroviário e rodoviário, um sistema que pode ser reproduzido no Brasil e que traria ganhos expressivos de competitividade para produtores de Mato Grosso do Sul, entre outros estados. “O sistema de transporte chinês é moderno e eficiente. E a China demonstrou abertamente o interesse em investir no Brasil, desde sejam apresentados projetos viáveis”, afirmou Riedel.
Acompanhando o desenvolvimento do País, o sistema de transporte chinês está em franco desenvolvimento, com a expansão de portos e ferrovias. Atualmente, 52 aeroportos estão em reforma ou construção. Exemplo da expansão logística é o Porto de Águas Profundas de Yangshan, que integra o complexo do Porto de Shangai, o maior da China, visitado pelo grupo. O porto movimenta cerca de 10 milhões de contêineres por ano, mas tem capacidade para operar cerca de 30 milhões de contêineres anualmente. Construído a partir do aterro do entorno de pequenas ilhas, o porto tem capacidade para receber navios de grande calado, com capacidade de transporte que chega a 300 mil toneladas.
Na agenda cumprida na China, a comitiva da CNA também destacou a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), desenvolvida pela CNA a pedido do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Lançada em abril, a PGA é uma ferramenta de integração de sistemas, com o objetivo de fortalecer a opercionalidade do setor agropecuário e de reforçar o controle sanitário do rebanho bovino brasileiro. A PGA será estruturada em base única de dados reunindo informações sobre as cadeias produtivas e dados das propriedades rurais, de laboratórios e da agroindústria.
A Plataforma vai garantir credibilidade aos produtos brasileiros no mercado externo e será um dos temas apresentados em seminário que deverá ser realizado pela CNA na China ainda este ano. O evento também deverá debater questões relacionadas à logística e à silvicultura. A China prevê incrementar o segmento de florestas plantadas com 26 bilhões de árvores, em áreas onde não é possível produzir alimentos. A meta chinesa é ampliar a cobertura florestal dos atuais 20,3% para 23% até 2020. No Brasil, a demanda por madeira de florestas plantadas é de cerca de 700 mil hectares por ano, mas a produção anual não supera 300 mil hectares.
Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul - FAMASUL
www.famasul.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA
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