Apesar do Secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, não pensar assim, o Governo Federal tem envidado esforços para ajudar a resolver o problema dos pequenos criadores na alimentação do seu rebanho, acarretados pela seca e agravados, em alguns estados, como no caso da Bahia, pelo fato do Governo do Estado não ter planejado e executado políticas de ações preventivas ao combate a esse flagelo que se configura - como se sabe - como um fenômeno sazonal.

Na busca por soluções, o Ministério da Agricultura - pasta que tem como titular Mendes Ribeiro - determinou que a CONAB colocasse o estoque regulador à disposição dos criadores, a preço subsidiado. Apesar de todas as dificuldades encontradas para transportar o produto, devido à crise no setor de transporte - provocada pela entrada em vigor de nova legislação que regulamenta o segmento, associada à quebra da safra americana e super safra no Mato Grosso -, num esforço hercúleo, o cronograma planejado vem sendo executado.

Alguns estados que apresentam situações mais delicadas, como Pernambuco, Ceará e Piauí - e não apenas a Bahia, como afirma o Secretário - firmaram uma parceria onde a CONAB liberaria o plus – que no caso do nosso estado é de 1,8 toneladas a mais, ficando o Governo Estadual responsável pelo transporte desse adicional, que até hoje a Bahia só conseguiu trazer cerca de 30%.

O Secretário deveria, ao contrário do que fez – jogando a culpa no Governo Federal, portanto na Presidenta Dilma –, acelerar o transporte dessa 1,8 toneladas e apelar ao governador do estado que não se ausente no momento em que os pequenos criadores baianos necessitam de socorro, assumindo a articulação política junto com a bancada federal na busca de soluções - o  que ajudaria bem mais do que o mero envio de ofícios.

Tenho a certeza de que o Secretário reverá sua posição no equívoco que comete ao adotar uma prática política conhecida de que, o pouco que se tem de bom na Bahia, mesmo sendo do Governo Federal, creditar ao Governo do Estado, e o muito que tem de ruim, mesmo sendo responsabilidade do Governo do Estado, creditar ao Governo Federal.

A questão precípua não é atribuir responsabilidades, mas sim deixar vaidades de lado e unir forças para que a agropecuária baiana, em especial os pequenos criadores, não sofra graves prejuízos que, além dos problemas sociais, acarretarão grandes problemas econômicos para nosso estado.

Lúcio Vieira Lima - Deputado federal e presidente do PMDB da Bahia