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Dilma vê riscos em acordos bilaterais de comércio

A presidente Dilma Rousseff alertou nesta segunda-feira (17/06) para os riscos de o Brasil buscar acordos bilaterais de liberalização comercial, sinalizando que seu governo continuará trabalhando por uma saída multilateral para os desafios do comércio exterior do país


Publicado em: 18/06/2013 às 19:20hs

Dilma vê riscos em acordos bilaterais de comércio

Num momento em que setores da iniciativa privada questionam o governo pelo fato de o Brasil estar supostamente alheio aos movimentos realizados pela Aliança do Pacífico, o chanceler Antonio Patriota aproveitou a mesma solenidade para defender o Mercosul e a estratégia de integração do Brasil com os demais países do continente.

Cooperação - Os discursos foram feitos durante a formatura da mais recente turma de diplomatas brasileiros, no Itamaraty. Dilma destacou que, ao enfrentar os efeitos da crise financeira internacional, o Brasil não propõe o isolamento ou o protecionismo, mas sim a consolidação da cooperação e dos laços regionais. Dilma afirmou acreditar que os problemas para o comércio exterior brasileiro serão solucionados num marco multilateral. "Acordos bilaterais, sobretudo aqueles entre economias assimétricas, oferecem muitas vezes a ilusão de ganhos imediatos, mas terminam por produzir um resultado oposto, enfraquecendo a indústria nacional, a agricultura e o setor de serviços", discursou a presidente.

Outros países - Além de frisar a importância das relações do país com a América Latina e a África, Dilma lembrou que o Brasil aprofundou os contatos com outros países em desenvolvimento. Citou a formação de grupos como o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) e uma maior integração entre países sul-americanos, árabes e do Caribe, além de Mercosul e Unasul.

UE e EUA - "Todas essas iniciativas não nos afastaram de nenhum dos países desenvolvidos e, por isso, temos relações extremamente qualificadas com a União Europeia e com os Estados Unidos", disse Dilma. "O bom relacionamento com esses países desenvolvidos não impede, ao contrário do que aconteceu no passado, que tenhamos personalidade própria na cena mundial. A política externa brasileira tem vocação universalista."

Continente americano - Patriota defendeu a estratégia brasileira de inserção no continente americano. Em seu discurso, o ministro das Relações Exteriores afirmou que o Brasil continua a sedimentar a América do Sul como uma zona de paz e cooperação, a qual tem na democracia um compromisso político irrenunciável e requisito essencial dos processos de integração. As declarações ocorreram justamente num momento em que setores da iniciativa privada criticam o Mercosul e comparam o bloco à Aliança do Pacífico, que reúne Colômbia, Chile, Peru e México.

 Entorno  - "Continuamos promover na zona de nosso entorno imediato uma zona de crescimento econômico com justiça social, em que as relações econômicas estão a serviço do desenvolvimento inclusivo, que é o nosso propósito comum", afirmou o chanceler.

 Mercosul  - Segundo Patriota, o Mercosul ampliou-se e fortaleceu-se com o ingresso da Venezuela. Além disso, acrescentou, a Bolívia assinou um protocolo de adesão para também tornar-se membro pleno e o Equador já demonstrou a intenção de seguir o mesmo caminho. Guiana e Suriname estão se tornando Estados associados do bloco, disse o ministro.

 Integração  - "Ao valorizarmos o acervo do Mercosul, que traz ganhos decisivos para a nossa indústria e gera empregos de qualidade, trabalhamos olhando para frente. Trabalhamos para fazer mais e melhor. Para além do Mercosul, mas sempre a partir dele, levamos adiante desde há muito tempo esforços de integração econômico e comercial por toda a nossa região, destino da maior parcela de nossas exportações de produtos manufaturados", disse Patriota.

 Rede de acordos  - Segundo o ministro, "sob a égide" da Aladi [Associação Latino-Americana de Integração] o Brasil negociou uma rede de acordos que cobre ou cobrirá num futuro próximo a quase totalidade das trocas comerciais na região.

Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA OCEPAR/SESCOOP-PR

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