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Deputado de MT cobra transparência na cadeia da carne

"Cartas na mesa. Ninguém é bobo mais, todo mundo sabe fazer conta, por isso, a transparência em todas as fases da cadeia produtiva da carne é fundamental", sentenciou Deputado federal Homero Pereira (PSD-MT), líder da bancada da agricultura no Congresso Nacional, durante a audiência pública da carne bovina de corte, da qual foi autor da proposta, ocorrida terça-feira (07), em Brasília


Publicado em: 08/08/2012 às 13:20hs

Deputado de MT cobra transparência na cadeia da carne

Homero afirmou que objetivo da reunião foi alcançado. Conseguiu reunir todos os principais agentes da cadeia da carne em um ambiente neutro e favorável para o diálogo. "Foram mais de cinco horas de debate, em que puderam falar e compreender a necessidade de regras mais claras e preço justo para que todos consigam sobreviver em seu negócio", ponderou o parlamentar. Homero destaca ainda que a audiência deu um passo à frente no sentido de resolver o impasse entre pecuaristas e frigoríficos. Mas, a negociação não se esgota, e deve continuar. “Vamos continuar acompanhando, pois estamos tratando de segurança alimentar”, destacou.

O inicio da audiência foi tenso, marcado por acusações mútuas. De um lado, o presidente da Frente Nacional da Pecuária (Fenapec), Francisco Maia, foi enfático: "Hoje o pecuarista é escravo dos frigoríficos. Temos um mercado concentrado que combina preço e deixa o produtor refém desse sistema", disparou.

De outro, o presidente da Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazer, rebateu: "Não existe concentração. Não somos inimigos dos produtores, nosso trabalho depende deles. Como fazer combinação de preço ou formar cartel se precisamos que o produtor tenha lucro para que faça a retenção de matrizes e novas aquisições".

O Brasil abate por ano 45 milhões de toneladas, em aproximadamente 1500 frigoríficos. Desse mercado, o grupo JBS-Friboi detém 14%. Contabilizou cerca de seis milhões de cabeças abatidas e possui 45 unidades. "Com essa fatia do mercado não podemos falar em monopólio", defendeu o presidente da indústria, Wesley Mendonça. Segundo ele, o custo fixo de manter cada abatedouro é de em média R$ 200 mil/mês.

O presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), Sussumo Honda, equilibrou a discussão e pediu maturidade a todos os elos para solucionar o problema.

"Não adianta cada um ficar indo à imprensa falar mal do outro. Temos interesse comum, precisamos chegar a um consenso. Viver no prejuízo ninguém sobrevive, então, todos precisam ser remunerados pelo serviço prestado", ponderou Honda.

Honda reclamou da tributação na alimentação do brasileiro. Para ele, a isenção do PIS e Cofins, impostos que exercem forte impacto no preço da cesta básica, beneficiaria todo o processo - da produção ao consumo. "A isenção tributária precisa se estender a toda cadeia da alimentação", sugeriu.

O chefe de Agroindústria do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), Jaldir Freire Lima, refutou privilégio às indústrias. "Somos o elo financeiro e apoiamos aos setores econômicos brasileiros”, frisou.

O representante do Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade), Alexandre Lauri Henriksen, afirmou que, apesar da equipe ser reduzida, é bastante atuante com ações de fiscalização e combate aos movimentos cartéis em todos os estados", disse. Ele não falou o número de processos existentes no conselho.

Participaram ainda gerente de Gestão da Carteira do BNDES, André Gustavo, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), presidente do Frigorífico Marfrig Indústria, Comércio e Alimentos, Marcos Molina entre outras entidades e vários pecuaristas.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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