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Definidos dez passos para aumentar competitividade do agronegócio goiano

Infraestrutura e logística, marcos regulatórios, conhecimento, segurança jurídica e fortalecimento das cadeias produtivas locais, foram algumas das diretrizes firmadas no evento Mesa-redonda, o PIB e o Agronegócio


Publicado em: 15/03/2012 às 18:40hs

Definidos dez passos para aumentar competitividade do agronegócio goiano

O objetivo é, através dessas diretrizes, colaborar para que a soma de esforços de iniciativa privada, entidades e governos, aliados à capacidade empreendedora do produtor rural, possam garantir maior competitividade ao agronegócio goiano e brasileiro. No total foram definidas 10 frentes que foram debatidas com os participantes.

O evento contou com uma mesa-redonda, que teve como mediador o jornalista do Jornal O Popular, Wanderley de Faria, a participação do presidente da Faeg, José Mário Schreiner e o palestrante economista e doutor em agropecuária da Fundação Getúlio Vargas (FVG), Mauro Lopes. A realização teve ainda a presença de alguns prefeitos dos municípios do Estado, autoridades, empresários rurais, entidades de classe e imprensa. De acordo com o jornalista, Wanderley de Faria, Goiás se destaca no cenário econômico do País e mundial, identificando suas vocações e focando em negócios aos quais pode agregar valor, consolidando como uma opção de modelo de desenvolvimento para o Brasil. “Mesmo diversificando sua economia nos próximos anos, 65% do Produto Interno Bruto (PIB) goiano vem do agronegócio. Em 2009, um ano de crise, a economia goiana cresceu 0,9%, enquanto o PIB agropecuário cresceu 6,9%. Dos dez maiores PIBs municipais, sete têm a economia baseada no setor agropecuário, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Gestão e Planejamento.”

Wanderley salientou que o Estado é responsável por 10% de toda produção de grãos do País, tem o quarto maior rebanho bovino, é o quarto maior produtor de leite, é o maior produtor de tomate industrial e o maior exportador de carne do Brasil, além de ser líder regional da indústria alimentícia. “Não é a toa que o Valor Bruto da Produção da agropecuária goiana alcançou no ano passado R$ 24,2 bilhões, resultado 26% maior que o de 2010. É bom lembrar que o VBP é a base do cálculo para a formação do PIB”, disse o jornalista.

Para o presidente José Mário, muitos municípios se destacam na produção agropecuária, e algumas vezes vemos outros vizinhos que não conseguem se desenvolver da mesma forma. “É importante uma discussão como essa, aonde nós possamos estar visualizando situações que ocorrem em certas regiões, para que a agropecuária possa crescer de forma geral.”

José Mário lembrou também que, o modelo da agropecuária brasileira é o mais avançado do mundo. “Nós temos a maior eficiência mundial dentro da agropecuária em função de que os produtores brasileiros adotam essas tecnologias que sãos disponíveis através de pesquisas e inovações tecnológicas e isso coloca o Brasil em vantagem. Exemplo disso é o PIB, onde o crescimento agropecuário se destacou. Nós tivemos quase 4% de crescimento. Isso mostra que é um setor que tem uma musculatura muito forte, alicerçada na competência, na inovação tecnológica e em um solo bastante favorável que nós temos no Brasil.”

O presidente destacou que, hoje as camadas sociais da agropecuária brasileira têm uma distância muito forte. “Nós temos hoje 10% dos produtores na classe A/B que produzem 85% do PIB agropecuário do Brasil e de Goiás. Nós temos 20% na classe C que produz 10% e quase 60% dos produtores rurais brasileiros, que produzem apenas 5% do PIB. Isso é realidade, mas não podemos afirmar que as políticas públicas são voltadas somente aos grandes produtores”, explicou José Mário.

Segundo o palestrante, Mauro Lopes, foi feito um levantamento em Goiás e verificado que a classe A/B são as principais da agricultura brasileira, em condições muito mais favoráveis que o resto dos Estados do Brasil. “Com a incorporação da tecnologia, Goiás está apresentando resultados espetaculares na área do crescimento agrícola. Mas não é o suficiente, nós temos que ver o capital social e a infraestrutura.”

Para ele, o que leva um município a se destacar mais do que o outro, em relação ao PIB agropecuário, são a competência dos produtores e a tecnologia. “Um produtor não adota uma tecnologia sem ele perceber uma vantagem de diferenciação em relação às tecnologias mais simples.” Para ele a gestão financeira no Estado é boa. Atualmente tem se resolvido a questão do endividamento no Estado, e isso foi um dos grandes fatores, ao lado de preços internacionais, que explicam esse avanço na agricultura. (Texto: Leydiane Alves – Foto: Larissa Melo - Gerência de Comunicação do Sistema Faeg/Senar)

As 10 diretrizes definidas no evento

  1. Infraestrutura e Logística
  2. Marcos Regulatórios (legislação trabalhista, ambiental, sanitária...)
  3. Conhecimento: Assistência Técnica, Qualificação Profissional, Pesquisa Agropecuária e Educação Formal.
  4. Segurança Jurídica
  5. Fortalecer Cadeias Produtivas locais com agregação de valor
  6. Política Agrícola Estadual (Fundo de Desenvolvimento Rural e outros instrumentos)
  7. Desoneração tributária e incentivos fiscais e financeiros
  8. Diagnóstico das potencialidades municipais e estímulo à atividades como irrigação e outras
  9. Representatividade e Capital Social nos Municípios
  10. Ampliar Políticas Sociais que atendam também o campo

Fonte: FAEG - Federação da Agricultura do Estado de Goiás

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