Outros

Coutinho diz que Brasil terá que se adaptar à realidade chinesa

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem esperar um crescimento entre 7,5% e 8% para a China este ano, mas que o País deve se preparar para que esse ritmo não dure para sempre.


Publicado em: 25/07/2012 às 17:50hs

Coutinho diz que Brasil terá que se adaptar à realidade chinesa

"Precisamos estar preparados para mudanças nesse crescimento chinês nos próximos 10 anos", disse Coutinho durante seminário "O Brasil e o mundo em 2022", patrocinado pelo banco.

O Brasil depende fortemente da compra chinesa de commodities, principalmente minério de ferro, produto responsável por um elevado volume de divisas para o País.

Segundo Coutinho, o Brasil precisa focar mais na industrialização interna para enfrentar eventuais mudanças na economia mundial, e depender menos da exportação de commodities. "Precisamos maior qualificação e produtividade da mão de obra", afirmou Coutinho, destacando as oportunidades que o Brasil terá nos próximos 10 anos para investimentos, principalmente em infraestrutura e energia.

Para ele, as medidas do governo já adotadas e "outras que virão" serão capazes de melhorar a competitividade da indústria brasileira. Sem citar possíveis medidas adicionais, Coutinho destacou que a indústria brasileira perdeu competitividade por causa de três fatores: elevação de custos de matérias-primas, de energia (em parte por causa de tributos) e do trabalho.

"Estou confiante de que a série de políticas que já foi adotada [pelo governo], e vão ser completadas por outras iniciativas, serão capazes de levar a indústria para outro nível", afirmou Coutinho em palestra no Rio.

No diagnóstico dele, o Brasil se tornou precocemente uma "economia de alto custo" na esteira do boom das cotações de matérias-primas. "E isso foi combinado com a apreciação do câmbio, criando estresse na indústria", completou.

Para avançar, é preciso enfrentar os três desafios destacados. Na atual conjuntura, a queda nos juros ajuda, diminuindo também a apreciação do câmbio, mas só isso não basta. "A competitividade da indústria também exigirá progresso técnico", declarou.

Fonte: DCI - Diário do Comércio & Indústria

◄ Leia outras notícias