Publicado em: 24/04/2013 às 19:50hs
A adesão dos europeus, somada às declarações de voto da União das Nações Sul-americanas (Unasul) e da Comunidade do Caribe (Caricom, na sigla em inglês) e a boa influência do Brasil entre os países africanos, praticamente assegura a presença do embaixador brasileiro como um dos dois nomes finais para a escolha do novo diretor geral, na avaliação de diplomatas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Reta final - Nessa reta final, o Itamaraty aposta em Azevêdo e na indonésia Mari Pangestu como os nomes que restarão depois dessa nova rodada de votações. Na OMC, a escolha do diretor-geral é feita em etapas, nas quais os países indicam seus candidatos preferidos. Os mais votados passam para a rodada seguinte. Este ano, a eleição iniciou com nove nomes, reduzidos para cinco no início de abril. Agora, a chamada “troica” - representantes do Paquistão, Suécia e Canadá, que coordenam a votação - pediu a indicação de dois candidatos. O resultado será anunciado até a sexta-feira (26/04).
Páreo - A decisão dos europeus de votar em bloco tanto em Azevêdo quanto no mexicano Hermínio Blanco praticamente tira do páreo os candidatos da Nova Zelândia, Tim Groser, e da Coreia do Sul, Taeho Bark. Restam Blanco, Pagesti e Azevêdo. A aposta da União Europeia é por um candidato latino-americano, com o brasileiro ocupando o primeiro lugar do voto europeu.
Força - A proximidade do Brasil com África e América Latina, no entanto, dá mais força ao brasileiro do que ao mexicano, e essa é a aposta do Itamaraty. Apesar de ser considerado o candidato da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) o clube dos países mais ricos, Blanco não tem tanto trânsito nem é tão conhecido entre os europeus quanto Azevêdo.
Brics - Entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil também deve levar a maior parte dos votos, pelo menos como segunda opção. Os russos tinham como preferência o neozelandês, mas numa última etapa devem escolher o Brasil. China e Índia ainda são difíceis de prever, especialmente numa rodada final entre Indonésia e Brasil. Apesar de as negociações serem consideradas positivas, nenhum dos dois países se comprometeu com Azevedo. O brasileiro também virou uma espécie de candidato dos pequenos. Países como Portugal, Macedônia e Romênia aderiram à campanha - os portugueses, especialmente, fizeram campanha entusiasmada por Azevedo.
Campanha - Um movimento de última hora chegou a propor que a escolha fosse feita em quatro rodadas, e não três, como estava previsto inicialmente. Com três favoritos - Brasil, México e Indonésia -, a ideia é que saíssem os três esta semana, depois se retirassem dois nomes, até a escolha final. O governo brasileiro não aceitou a proposta. A avaliação é que estender a campanha seria prejudicial. Na terça-feira (23/04), o México também não aceitou, o que enterrou a ideia. Dentro do Itamaraty, a avaliação é que as chances de Azevêdo são muito boas, mas não é possível ainda fazer nenhuma aposta no resultado. Em nenhum dos cenários, no entanto, a diplomacia brasileira vê o embaixador fora da rodada final. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Agência Estado
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