Publicado em: 17/02/2012 às 13:00hs
Das 1.944 empresas paranaenses que venderam produtos para o exterior no ano passado, 518 (27% do total) têm clientes na Argentina e, portanto, estão sujeitas às novas regras do país vizinho – normas que já atrasam, e podem até interromper, a entrada de produtos estrangeiros em território argentino.
Risco - A escalada protecionista põe em risco quase US$ 2 bilhões por ano em receitas de exportação. Segunda maior compradora de produtos do estado, atrás apenas da China, a Argentina importou US$ 1,78 bilhão em produtos paranaenses em 2011, o equivalente a 10,2% de tudo o que o Paraná vendeu ao exterior, segundo o Ministério do Desenvolvimento (MDIC).
Produtos industrializados - Diferentemente dos chineses, que preferem commodities agrícolas, os argentinos compram do Paraná basicamente produtos industrializados. Por isso, o maior impacto das barreiras comerciais recai sobre a indústria, que, antes mesmos dos novos obstáculos, já enfrentava dificuldades crescentes para vender seus produtos no exterior.
Mercado relevante - Vários ramos da indústria estadual têm na Argentina um mercado relevante, entre eles os fabricantes de veículos e autopeças (responsáveis por mais de 60% das vendas paranaenses ao país), eletrodomésticos de linha branca, máquinas agrícolas e papel. Empresas como Renault, Volkswagen, Volvo, Klabin, Electrolux e Case New Holland estão entre as que mais exportam para o país vizinho.
Declaração - Desde o dia 1.º, os importadores argentinos, que antes tinham quase todas as compras liberadas automaticamente, têm de apresentar uma declaração juramentada à Administración Federal de Ingresos Públicos (Afip, equivalente à Receita Federal) e enviar um e-mail ao secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, indicando os detalhes de cada importação que desejam fazer. A transação só será autorizada se e quando a documentação for aprovada – e o governo argentino não diz que critérios são usados na avaliação dos pedidos.
Atrasos - No início da semana, o embaixador da Argentina no Brasil, Luis María Kreckler, disse que é cedo para discutir atrasos, pois as medidas acabam de ser implementadas. Mas não é difícil encontrar quem esteja esperando mais que o habitual para fechar negócio. “Antes a autorização saía em dois ou três dias. Agora estamos desde o início do mês sem conseguir mandar mercadorias para lá”, conta Thiago Camargo, gerente comercial da Soft Sistemas Eletrônicos, que produz componentes automotivos em Curitiba e Pato Branco (Sudoeste do estado).
Fonte: Gazeta do Povo
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