Publicado em: 27/05/2013 às 17:40hs
A afirmação é do vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos para a América Latina da Basf, Eduardo Leduc. Segundo a reportagem, publicada nesta quarta-feira, atualmente o Brasil importa quase 90% dos princípios ativos utilizados pelos produtores rurais.
"É uma questão estratégica. Se a agricultura sofre um ataque mais severo, a capacidade de reação é muito maior se você possui uma grande capacidade de produção", afirma Leduc. O executivo acrescenta que a indústria teria ainda maior capacidade de responder às especificidades de uma agricultura tropical. "Nem tudo o que é produzido lá fora é adaptado ao país."
FALTA DE SEGURANÇA JURÍDICA
Ainda de acordo com o Valor, o executivo explica que a indústria de defensivos tem interesse em investir no Brasil, mas o País acaba preterido em relação a competidores como Estados Unidos, Europa, China e Índia devido a questões regulatórias. O problema seriam as dificuldades relacionadas ao registro de produtos para exportação - uma questão central, uma vez que a indústria tende a investir em regiões que possam se tornar plataformas globais para seus produtos. Conforme Leduc, esse é um processo demorado, que pode levar até quatro anos para a conclusão, e pouco flexível.
"Mesmo que queira apenas substituir um solvente na fórmula, para atender a necessidade de outro mercado consumidor, a fabricante precisa submeter um novo pedido de registro e pode ter de esperar mais três ou quatro anos", explica. Diante das dificuldades, fica mais fácil produzir lá fora e importar, o que vai contra a ideia do governo de estimular a indústria nacional, acrescenta.
BARREIRA CONTRA PRODUTOS BIOLÓGICOS
Na reportagem do Valor Econômico, Leduc chama ainda a atenção para a falta de regras claras para a exploração da biodiversidade no Brasil - uma nova fronteira de pesquisa para as fabricantes de agrotóxicos, que tentam desenvolver produtos biológicos e "ambientalmente amigáveis" para o controle de pragas. "Embora o Brasil tenha uma biodiversidade mais rica, hoje é mais interessante investir em pesquisa em produtos da biodiversidade na Colômbia, que tem uma visão muito mais global".
Fonte: SINDAG - Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola
◄ Leia outras notícias