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BB Investimentos divulga destaques de setembro e perspectivas para outubro para o agronegócio

Com exceção da Fertilizantes Heringer (-5,9%), as empresas do agronegócio apresentaram desempenho positivo na bolsa em setembro. Os destaques foram JBS (+16,5%), Cosan (+9,6%), Brasil Foods (+5,8%) e M. Das Branco (+5,4%), que registraram altas superiores à do Ibovespa (+3,7%)


Publicado em: 03/10/2012 às 11:00hs

BB Investimentos divulga destaques de setembro e perspectivas para outubro para o agronegócio

A única produtora de proteínas a não capturar as altas no mês de forma tão expressiva foi a Marfrig (+2,6%), cujas ações chegaram a cair 6,8% em um único dia em meio a rumores de que estaria preparando uma nova oferta de ações. A companhia enviou um comunicado negando as especulações de mercado.

Os fatores que mais impulsionaram as ações do setor foram as medidas anunciadas pelo ministro Guido Mantega para desonerar a folha de pagamento da indústria, que deverão beneficiar principalmente os produtores de aves e suínos, e o arrefecimento nas cotações internacionais dos grãos, que indicam alguma redução na pressão atual das matérias-primas nas margens dos frigoríficos. Por outro lado, as empresas ligadas diretamente às commodities agrícolas, como Fertilizantes Heringer e SLC Agrícola sentiram de forma negativa os grãos mais baratos.

Para as produtoras de açúcar e etanol, as notícias de que o governo deverá aumentar o percentual de etanol anidro a ser adicionado à gasolina dos atuais 20% para 25% a partir do meio do ano que vem impulsionaram as ações. Além disso, a safra de cana-de-açúcar tem evoluído satisfatoriamente após atrasos iniciais, o que deve permitir às empresas reduzir sua capacidade ociosa.

Quanto às commodities agrícolas, os preços dos grãos finalmente começaram a arrefecer durante setembro, após sucessivos meses de alta. O recuo nas cotações da soja foram de 17,0%, reduzindo a variação positiva no ano para 53,0% (vs. 84,3% em agosto). No caso do milho, os preços ficaram 6,4% menores no mês, de acordo com os dados do CEPEA/ESALQ, porém sobem 3,4% em 2012. As quedas foram observadas mais consistentemente na última quinzena, com a oferta apertada nos Estados Unidos incentivando o aumento da área plantada de grãos na América do Sul para a próxima safra, que tem a expectativa de ser recorde. Tal cenário beneficia os produtores de proteínas, que precisam abastecer seus estoques.

Os preços do açúcar, segundo dados do CEPEA/ESALQ, apresentaram queda de 11,4% em setembro, repetindo o desempenho ruim do mês anterior (-10,5%), reflexo da produção constante, da moagem de cana-de-açúcar da safra 2012/13 ocorrendo sem contratempos e da baixa demanda nos últimas semanas. O etanol hidratado também sentiu o bom andamento da safra, porém de forma menos intensa, com preços recuando 3,7%. Pesaram também os elevados estoques e o menor interesse de algumas distribuidoras, segundo o CEPEA.

Os preços do boi gordo, por sua vez, continuaram subindo em setembro (+1,8%), com oferta ainda restrita de animais prontos para abate, devido à espera dos pecuaristas por melhores preços. O indicador ESALQ/BM&FBovespa fechou setembro em R$ 95,99.

No comércio internacional, os últimos dados divulgados pela Secex referentes ao acumulado até agosto de 2012 mantêm a Brasil Foods na 4ª posição entre os maiores exportadores nacionais, atrás apenas de Vale, Petrobras e Bunge. O montante somado das exportações individuais de Sadia + BRF (como apresentado pela Secex) foi de US$ 3,269 bilhões. O Minerva subiu 3 posições e ficou na 35ª posição (US$ 719,6 milhões) entre os 40 maiores exportadores, enquanto as vendas externas da JBS atingiram US$ 1,774 bilhão no período.

Perspectivas

Apesar da queda nos preços dos grãos ter sido mais forte do que o esperado durante setembro, entendemos como positivo o movimento de arrefecimento, uma vez que a soja e o milho são componentes bastante representativos nos custos dos produtores de proteínas, em especial de frango e suínos, que vinham sentindo pressão em suas margens nos últimos meses. Reiteramos nossa visão de que o momento mais favorável atualmente é o da carne bovina, com a maior disponibilidade de gado para abate e recuperação consistente das exportações, ajudadas pelo câmbio favorável.

Acreditamos que as commodities agrícolas caminhem para alguma estabilização em outubro, considerando que a próxima safra nos EUA ainda será comprometida pela grave seca observada este ano, o que deverá manter os estoques globais apertados, ainda que a produção mais forte no Brasil deva abastecer parte do mercado consumidor mundial. Neste cenário, continuamos confiantes quanto ao desempenho das empresas do setor para os próximos trimestres.

Em nossa visão, os maiores pontos de alerta seguem sendo a forte alavancagem dos frigoríficos e os mercados de aves e suínos nos EUA, que estavam em um momento de recuperação e sentiram a elevação nos custos de forma mais acentuada.

Fonte: Assessoria de Imprensa BB

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