Publicado em: 13/01/2012 às 13:20hs
"Quem não tem seguro nem Proagro vai ter, inicialmente, prorrogação dos vencimentos do início dos pagamentos, de abril para agosto", disse o vice-presidente de agronegócio e de micro e pequenas empresas do BB, Osmar Dias, à Reuters.
A seca que atinge as lavouras de soja e milho no Sul do Brasil provocou perdas de 4,5 milhões de toneladas, o equivalente a 10,6 por cento do que os três Estados sulistas esperavam colher dos dois grãos na temporada 2011/12, informaram na semana passada órgãos oficiais.
Mais cedo nessa quarta-feira, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, havia dito a jornalistas que o governo federal deverá anunciar no final desta semana medidas de ajuda a produtores atingidos pela estiagem na região.
Segundo Dias, o Paraná teve perda de 17 por cento da plantação do milho e de 11 por cento na soja. Santa Catarina perdeu 19 por cento da cultura do milho. A pior situação é no Rio Grande do Sul, onde a seca acabou com 30 por cento da safra do milho e 7 por cento da soja.
De acordo com o executivo, cerca de 11 bilhões de reais são para a safra 2011/12 da região Sul. Mas 73,5 por cento dos empréstimos para plantio da soja e 81 por cento para a cultura do milho estão cobertos por seguro.
"Há cerca de dois bilhões de reais em financiamentos liberados pelo banco para produtores da região que não têm nenhum mitigador de risco", disse Dias, ressalvando que esse montante está distribuído não só para estas culturas, mas para diversos produtos, inclusive muitos que não foram afetados pela seca.
Segundo o vice-presidente do BB, após agosto o banco fará uma avaliação das safras não seguradas que tiveram perdas. Para estes, a proposta do banco será oferecer prazo adicional de até cinco anos para quem perdeu de 80 a 100 por cento da lavoura.
Para perdas de 60 a 80 por cento, o prazo será de quatro anos; de 30 a 60 por cento, o período adicional para pagamento será de até três anos.
"Quem perdeu menos de 30 por cento consegue pagar sem repactuação de dívida", acrescentou Dias.
No final de setembro, a carteira agrícola do BB, o maior emprestador para o segmento, era de 86 bilhões de reais. Segundo Dias, a despeito das perdas da região Sul, o banco deve apresentar um resultado exuberante com o agronegócio no acumulado de 2011 e metas ousadas para a próxima safra.
Fonte: Reuters
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