Publicado em: 24/09/2012 às 08:40hs
A expectativa se justifica, pois o Brasil está importando volume crescente de gasolina e diesel, em detrimento da balança comercial e da conta corrente do balanço de pagamentos.
A consultoria Datagro prevê que o superávit de açúcar no mercado global cairá à metade, entre a safra atual e a safra 2012/2013, limitando-se a 3,06 milhões de toneladas. A Organização Internacional do Açúcar estimou o superávit em 5,86 milhões de toneladas.
As projeções de oferta e demanda do mercado de açúcar e álcool são especialmente importantes para o Brasil, maior produtor mundial de açúcar, com excedente exportável estimado em 23,5 milhões de toneladas, até abril.
Em 2011, as exportações brasileiras de açúcar e etanol renderam US$ 16,4 bilhões. Entre os primeiros oito meses de 2011 e 2012, as exportações de açúcar em bruto caíram 23,9%, de US$ 6,8 bilhões para US$ 5,3 bilhões; e de açúcar refinado, 31,5%, de US$ 2,2 bilhões para US$ 1,5 bilhão.
As condições do mercado global estão sendo avaliadas in loco pelas empresas brasileiras. Uma equipe da Datagro foi à Índia, segundo maior produtor mundial de açúcar, para visitar os canaviais atingidos pela seca - a oferta indiana poderá cair em 2,35 milhões de toneladas. Na União Europeia, os estoques diminuíram e se prevê quebra da produção, de 19,4 milhões para 18,3 milhões de toneladas. Na Rússia, maior consumidora do açúcar brasileiro, também está prevista a redução da oferta. O superávit só não cairá mais porque se prevê uma elevação da produção da China, de 11,5 milhões para 13,7 milhões de toneladas.
No Brasil, entre abril e setembro, conforme as projeções da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), houve aumento da produção e da moagem (+1,87%). O clima seco favoreceu a produtividade das lavouras no Centro-Sul.
A oferta de álcool tenderá, portanto, a aumentar, o que já tem ocorrido. Se isso se confirmar, os produtores de cana poderão socorrer a Petrobrás. Como afirmou ao jornal Valor o presidente da Datagro, Plinio Nastari, "se o retorno se confirmar, a demanda pelo biocombustível (álcool) crescerá 2 bilhões de litros e pressionará menos a commodity (açúcar)".
O etanol deverá ser favorecido pelo aumento da demanda norte-americana, mas é improvável que haja produto suficiente no Brasil para exportar.
Fonte: Estado de São Paulo
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