Publicado em: 22/11/2024 às 10:55hs
Com o intuito de reforçar o papel estratégico das ações climáticas nos setores de agricultura e energias renováveis, e visando atingir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a CropLife Brasil apresentaram um documento com contribuições essenciais para a participação brasileira nas negociações climáticas internacionais.
Às vésperas da atualização das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que os países deverão submeter até fevereiro de 2025, o financiamento das ações climáticas emerge como um tema central, especialmente com o destaque para a COP29, marcada para este ano. Este aspecto é considerado crucial para permitir a ambição necessária para atingir a meta de 1,5°C, tendo em vista as crescentes tensões geopolíticas e a intensificação de eventos climáticos extremos. A Conferência, realizada em Baku (Azerbaijão), enfrenta o complexo desafio de impulsionar a adoção de ações climáticas robustas e reestruturar a arquitetura do financiamento climático global.
Entre os desafios destacados está a necessidade de aprovação da nova meta coletiva de financiamento (NCQG), cuja implementação nas próximas décadas será fundamental para garantir o cumprimento das metas climáticas. Na visão das entidades envolvidas, sem a catalisação da agenda de financiamento – incluindo recursos atraentes para investimentos nas transições geradas pelos desafios climáticos – o risco de insucesso do Acordo de Paris aumenta consideravelmente.
Com a COP30 programada para 2025, em Belém (Pará), a expectativa é de que a Conferência marque os 10 anos do Acordo de Paris, estabelecendo novas ambições para o período de 2031 a 2035. Esta nova fase será crucial para avaliar os progressos globais rumo à meta de 1,5°C.
A atualização das NDCs, incluindo a do Brasil, será determinante. A nova NDC brasileira, que visa uma redução de emissões de gases de efeito estufa de 59% a 67% até 2035 em relação a 2005, limita as emissões a 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO2 equivalente. O Brasil também reafirma seu compromisso de atingir a neutralidade líquida de emissões (net-zero) até 2050 e de erradicar o desmatamento ilegal até 2030.
As entidades ressaltam ainda a importância do potencial de mitigação das energias renováveis, como biocombustíveis (etanol, biodiesel, biometano e combustível sustentável de aviação – SAF), e o aprimoramento das métricas para medir as emissões e remoções de carbono na agropecuária tropical.
O mercado de carbono surge como uma alternativa estratégica para ajudar países e empresas a reduzir suas emissões, apoiando a criação de projetos que gerem resultados efetivos de mitigação, ao mesmo tempo em que promovem o desenvolvimento sustentável.
O documento apresentado pelas entidades ABAG, FIESP, SRB e CropLife Brasil propõe ações de mitigação e adaptação nos setores de agropecuária, energias renováveis e uso da terra, com o objetivo de fortalecer a posição do Brasil nas discussões climáticas da COP29, com foco na COP30 em Belém.
Fonte: Portal do Agronegócio
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