A movimentação de animais e a realização de eventos pecuários são práticas essenciais para o agronegócio brasileiro. Em Minas Gerais, somente em 2024, foram realizados 6.792 eventos dessa natureza. No entanto, para evitar a disseminação de doenças que podem comprometer a saúde animal e pública, é fundamental adotar medidas sanitárias rigorosas.

Doenças como febre aftosa, brucelose e raiva podem ser transmitidas pelo transporte inadequado de animais. Para mitigar esse risco, a Guia de Trânsito Animal (GTA) é um documento obrigatório que garante a rastreabilidade e a conformidade sanitária dos rebanhos em deslocamento.

Os eventos pecuários, que reúnem animais de diferentes origens, representam um desafio adicional, pois o contato entre os rebanhos pode facilitar o contágio de doenças. Sem um controle adequado, esses encontros podem gerar impactos econômicos e colocar em risco a saúde humana.

Nova legislação reforça fiscalização

Para aprimorar a segurança sanitária, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) implementou, em abril de 2024, a Portaria nº 2.296, que estabelece normas para a realização e fiscalização de eventos pecuários no estado. A legislação determina que as entidades promotoras de eventos devem estar registradas no IMA e contar com um médico veterinário responsável técnico cadastrado.

Além disso, os organizadores devem solicitar o registro do evento com no mínimo 30 dias de antecedência para locais não cadastrados e sete dias para locais já homologados pelo IMA. Essas medidas visam garantir que os animais participantes atendam às exigências sanitárias, minimizando os riscos de disseminação de doenças.

A importância da fiscalização ficou evidente durante um leilão nacional realizado em Uberaba neste mês. Fiscais do IMA identificaram 78 bovinos com GTAs adulteradas, impedindo a participação dos animais e evitando potenciais riscos sanitários. O episódio reforça a necessidade de um controle rigoroso para preservar a integridade da pecuária mineira.

Atualização do rebanho fortalece defesa sanitária

Além do controle em trânsito e eventos, o IMA destaca a importância da atualização anual dos rebanhos. Entre 1º de maio e 30 de junho, os produtores devem informar ao instituto a quantidade e as espécies de animais em suas propriedades. Esse procedimento é essencial para manter um controle preciso da população animal e garantir uma resposta ágil em casos de surtos de doenças.

Graças à adesão a essas práticas, Minas Gerais conquistou o status de estado livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A expectativa é que, em maio deste ano, o estado também receba reconhecimento internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa), fortalecendo ainda mais a competitividade da pecuária mineira.