Publicado em: 29/11/2024 às 17:30hs
O dia 4 de dezembro marcará o resultado da avaliação da Unesco sobre a candidatura dos “Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal” ao título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Este avanço é fruto de um esforço conjunto do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e de suas entidades vinculadas, como a Emater-MG, Epamig e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que têm trabalhado para fortalecer a cadeia produtiva do queijo artesanal, além de promover sua valorização e reconhecimento internacional.
O Secretário de Agricultura, Thales Fernandes, ressalta a importância desse movimento: "O Queijo Minas Artesanal foi o primeiro queijo caracterizado no estado e sua candidatura representa um marco cultural e histórico. O reconhecimento como patrimônio da humanidade contribuirá para a preservação de saberes e técnicas transmitidas por gerações, além de abrir novos mercados e fortalecer a sustentabilidade econômica da cadeia produtiva."
O processo de caracterização das regiões produtoras de Queijo Minas Artesanal, coordenado pela Seapa, envolve diversas frentes de trabalho. A Emater-MG orienta os produtores sobre boas práticas de fabricação e regularização das queijarias, além de realizar um estudo completo sobre o processo produtivo, a história, a economia, o clima e as características das regiões produtoras. Com a indicação favorável, o IMA publica os atos normativos necessários para o reconhecimento das regiões, além de promover avanços na regulamentação dos queijos artesanais e na inclusão de novos municípios nas áreas caracterizadas.
A Epamig, por sua vez, realiza estudos voltados à melhoria da qualidade, padronização e segurança dos produtos, também oferecendo suporte científico para a modernização da legislação relacionada à produção do queijo artesanal.
Produzido com leite de vaca cru, sem pasteurização, o Queijo Minas Artesanal segue métodos tradicionais de produção em pequenas propriedades, com leite proveniente exclusivamente da propriedade de origem. O processo de fabricação utiliza pingo (fermento natural), coalho e salga a seco, e o queijo passa por um processo de maturação, adquirindo uma casca lisa e amarelada.
Atualmente, o Governo de Minas caracteriza 10 regiões produtoras do Queijo Minas Artesanal. Entre elas, três foram oficialmente reconhecidas entre 2019 e 2023: Diamantina, Serras de Ibitipoca e Entre Serras de Piedade ao Caraça. As outras sete regiões reconhecidas são Triângulo, Cerrado, Serra do Salitre, Araxá, Canastra, Campo das Vertentes e Serro. Mais de 3.100 agroindústrias em Minas Gerais estão envolvidas na produção dessa iguaria.
Em 2002, o “Modo de Fazer o Queijo Artesanal da região do Serro” foi registrado como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), tornando-se o primeiro bem cultural do estado com essa designação. Em 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) concedeu o reconhecimento nacional, abrangendo também as regiões do Serro, Serra da Canastra e Serra do Salitre.
A revalidação do registro pelo Iphan, em 2021, atualizou o título para “Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal”, ampliando a abrangência para outras regiões produtivas do estado. No ano passado, o processo culminou com a candidatura à Lista Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade, cujo resultado final será anunciado em dezembro, na 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental da Unesco, em Assunção, Paraguai.
Fonte: Portal do Agronegócio
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