Publicado em: 11/03/2025 às 11:35hs
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) alerta os produtores rurais que o prazo para a semeadura do girassol em Goiás se encerra no dia 31 de março. A medida fitossanitária, prevista na Instrução Normativa nº 01/2022, tem como principal objetivo conter o crescimento de plantas voluntárias de soja, conhecidas como tigueras, que surgem entre as fileiras das lavouras de girassol. Essa ação é essencial para prevenir a proliferação da ferrugem asiática, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.
O girassol tem se consolidado como uma importante alternativa de cultivo na safrinha, geralmente sucedendo a soja, e desempenha papel relevante na economia goiana. O calendário de semeadura foi estabelecido para minimizar os riscos associados à emergência das tigueras, já que não há herbicidas seletivos registrados para o controle dessas plantas na cultura do girassol, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Goiás ocupa a posição de maior produtor de girassol do país. De acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2024/2025 deverá alcançar 76,2 mil toneladas, representando um crescimento de 70,5% em relação ao ciclo anterior, quando foram colhidas 44,7 mil toneladas.
“Além de sua boa capacidade de adaptação climática e baixa incidência de pragas, o girassol vem ganhando cada vez mais importância entre os produtores goianos. Os números comprovam sua viabilidade como cultura após a safra principal. Por isso, a Agrodefesa desempenha um papel essencial na implementação de medidas que garantam a sanidade vegetal e fortaleçam a economia agrícola do estado”, destaca José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agência.
A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, ressalta que o estabelecimento de prazos para a semeadura e a colheita do girassol é uma estratégia essencial para evitar a disseminação de pragas e minimizar prejuízos ao setor produtivo.
“Todas as normas fitossanitárias são definidas com base em estudos técnico-científicos e contam com o respaldo de entidades do setor. O calendário de semeadura, que determina o plantio do girassol até 31 de março, visa reduzir a emergência de tigueras e garantir o cumprimento do período de vazio sanitário da soja. Isso porque essas plantas voluntárias podem hospedar o fungo da ferrugem asiática, comprometendo a próxima safra da leguminosa”, explica.
Segundo a Instrução Normativa nº 01/2022, é obrigatória a eliminação de qualquer planta voluntária de soja nas imediações das lavouras de girassol. Somente aquelas dentro da cultura podem permanecer até a colheita. Além disso, para semeaduras realizadas após 14 de março, é exigida a utilização de cultivares de ciclo curto (até 105 dias), garantindo que a colheita ocorra até 15 de julho.
Outro ponto de atenção é o cadastro obrigatório das lavouras de girassol no Estado. Os produtores devem registrar suas áreas em até 15 dias após o término da semeadura, por meio do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). “Esse acompanhamento permite o planejamento de ações voltadas à sanidade vegetal e assegura o monitoramento eficiente da produção”, reforça Daniela.
Além do expressivo aumento na produção, a Conab projeta um crescimento de 11,4% na produtividade do girassol em Goiás para a safra 2024/2025, passando de 1,14 tonelada por hectare no ciclo anterior para 1,27 tonelada. A área plantada também deve registrar expansão de 53,1%, saltando de 39,2 mil hectares em 2023/2024 para 60 mil hectares no novo ciclo.
O presidente da Agrodefesa destaca que o girassol tem ganhado espaço devido à sua versatilidade no setor agroindustrial. “Esse grão tem ampla utilização, desde a produção de óleo até a alimentação animal. Suas sementes são usadas na formulação de ração para aves e suínos, e o farelo de girassol, que é um subproduto da extração do óleo, é uma excelente fonte de proteína e fibra para a nutrição do gado, contribuindo para a produção de carne e leite”, pontua Caixeta Ramos.
Além de sua relevância econômica, o girassol desempenha um papel importante na rotação de culturas, ajudando a melhorar a fertilidade do solo. Suas raízes profundas favorecem a aeração e a decomposição da matéria orgânica. No Estado, também tem sido utilizado no paisagismo e na ornamentação, devido à beleza de suas flores amarelas vibrantes.
A cultura ainda gera produtos derivados para diversos segmentos, como snacks à base de sementes, cosméticos e até medicamentos. O óleo de girassol, por exemplo, é amplamente empregado na fabricação de cremes hidratantes, sabonetes e shampoos, devido às suas propriedades antioxidantes e nutritivas. Além disso, a planta tem grande importância para a apicultura, pois suas flores atraem abelhas, contribuindo para a produção de mel.
Diante do crescimento da produção e da importância do girassol para a economia goiana, o cumprimento das diretrizes estabelecidas pela Agrodefesa torna-se essencial para garantir a sustentabilidade da cultura e a sanidade das lavouras.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias