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Politicos e Setor Produtivo Unem Forças Contra Invasões no Oeste do Paraná

Em Guaíra, encontro destaca necessidade urgente de ações para garantir a reintegração de posse e segurança jurídica aos produtores rurais


Publicado em: 24/07/2024 às 15:40hs

Politicos e Setor Produtivo Unem Forças Contra Invasões no Oeste do Paraná

O problema das invasões de terras no Oeste do Paraná ganhou novos contornos com uma reunião realizada nesta terça-feira (23) em Guaíra, onde políticos e representantes do setor produtivo se reuniram para discutir a situação crítica enfrentada pelos produtores rurais da região. O encontro, promovido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e sindicatos rurais locais, contou com a presença de mais de 150 agricultores, pecuaristas e líderes comunitários.

Atualmente, cinco áreas na região estão ocupadas por indígenas, com três delas localizadas em Terra Roxa e duas em Guaíra. Apesar de algumas decisões judiciais favoráveis à reintegração de posse, as ações concretas ainda não foram tomadas pelos governos estadual e federal, gerando crescente frustração entre os produtores.

O Sistema FAEP/SENAR-PR e outras entidades do setor têm solicitado intervenção imediata dos órgãos oficiais para resolver a situação e assegurar a segurança jurídica dos produtores. A passividade do governo do Paraná diante das invasões tem sido amplamente criticada, com pedidos para uma resposta mais enérgica.

Durante a reunião, Mar Sakashita, diretor do Sistema FAEP/SENAR-PR e presidente do Sindicato Rural de Mariluz, ressaltou a importância do cumprimento do Marco Temporal, que limita as demarcações de terras indígenas à data da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988. "Estamos discutindo essa situação desde 2008. A união da classe é essencial, pois um único produtor não consegue ter a mesma voz ativa. Nosso objetivo é encontrar soluções e garantir o respeito à propriedade privada", afirmou Sakashita.

Silvanir Rosset, presidente do Sindicato Rural de Guaíra, destacou a exaustão dos produtores diante da insegurança gerada pelas invasões. "O agronegócio é fundamental para nossa economia. Se a situação não for resolvida, a atividade agropecuária está ameaçada. Este problema não afeta apenas quem tem terras invadidas, mas a todos nós", enfatizou Rosset.

Pedro Lupion, deputado federal e presidente da FPA, revelou que está em negociações com o governo do Paraná para obter autorização federal para que a Polícia Militar do Estado possa realizar as reintegrações de posse, mesmo nas áreas de faixa de fronteira. "A FPA tem a capacidade de influenciar decisões e estamos buscando uma solução para que a Polícia Militar possa atuar e que o governo federal compreenda a gravidade da situação", afirmou Lupion.

Durante o encontro, produtores relataram as dificuldades enfrentadas devido às invasões, incluindo problemas de planejamento financeiro e acesso a recursos, como seguros e financiamentos. A senadora Tereza Cristina, que participou por videoconferência, anunciou que integrará uma comissão no Supremo Tribunal Federal (STF) para encontrar soluções definitivas para o problema, que afeta outros estados brasileiros. "Estamos trabalhando para manter a paz no campo e garantir o cumprimento do Marco Temporal", disse Cristina.

Outros representantes políticos, como o deputado federal Nelson Padovani e o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Mato Grosso do Sul (Famasul), destacaram a importância da negociação, mas reforçaram a necessidade de defesa firme do direito à propriedade. "Repudiamos qualquer invasão de terras produtivas e continuaremos a lutar pelo cumprimento da Constituição e pela proteção dos direitos dos produtores", afirmou Padovani.

O deputado federal Sérgio Souza também abordou o histórico das invasões na região e reafirmou o compromisso da FPA com o setor produtivo. "Estamos determinados a negociar, mas também a nos posicionar firmemente contra as invasões que violam o direito à propriedade", concluiu Souza.

Fonte: Portal do Agronegócio

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