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Pedro Lupion Critica Ações do Governo Federal e Destaca Potencial do Brasil na Guerra Comercial Global

Guerra Comercial e Oportunidades para o Brasil


Publicado em: 06/02/2025 às 11:30hs

Pedro Lupion Critica Ações do Governo Federal e Destaca Potencial do Brasil na Guerra Comercial Global

Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, na noite de terça-feira (4), Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), analisou as consequências da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, destacando que, embora o Brasil não fique imune às tarifas impostas pelos americanos, o cenário pode abrir portas para o mercado brasileiro. Segundo o deputado, a política protecionista dos Estados Unidos, típica do Partido Republicano, favorece a concorrência entre os dois países no setor agropecuário. Lupion vê essa disputa como uma chance para estreitar as relações comerciais do Brasil com a China, especialmente diante da reação das autoridades chinesas às restrições americanas.

"Embora o protecionismo dos republicanos tenha impacto, podemos transformar as barreiras impostas pelos Estados Unidos em oportunidades para conquistar mais espaço no mercado chinês", afirmou Lupion, referindo-se à forte parceria do Brasil com a China, que pode ser ainda mais consolidada em função das sanções comerciais.

Impacto de Setores Específicos

Lupion indicou que o setor mais afetado pelas ações americanas deve ser a indústria de etanol de milho, que é a principal fonte de energia renovável nos Estados Unidos. Segundo o parlamentar, o Brasil tem exportado mais milho do que os Estados Unidos, que estão segurando o produto para a produção de etanol. Além disso, a produção brasileira de suco de laranja, responsável por 80% do abastecimento mundial, também pode representar um desafio para o mercado americano. "Os Estados Unidos têm uma preocupação em proteger a indústria de etanol de milho e, em relação ao suco de laranja, acredito que novas tarifas possam surgir, pois o setor é agressivo nas negociações", observou Lupion.

A Alta dos Preços de Alimentos e a Responsabilidade do Governo

Em relação à alta dos preços dos alimentos, Lupion criticou a gestão do Governo Federal, apontando que as políticas públicas não têm sido suficientes para conter a inflação no setor. O deputado ressaltou que o governo gasta mais do que arrecada e tenta transferir a culpa pela alta dos preços para os produtores rurais, quando, na realidade, o problema é causado por uma série de falhas administrativas.

"É falacioso afirmar que a alta dos alimentos é responsabilidade da agropecuária. O dinheiro não chega ao produtor, o que resulta em menos vendas, esfriamento da economia e aumento da inflação. O setor agropecuário, que responde por 30% do PIB, é injustamente atacado", destacou.

Vetos Presidenciais e Reforma Tributária

À véspera da análise dos vetos presidenciais pelo Congresso, a reforma tributária voltou à pauta, com destaque para as modificações nos Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e no Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro). Lupion criticou a falta de habilidade política no processo, ressaltando que a taxação de Fiagros foi uma surpresa para o setor, pois não havia sido proposta durante as negociações.

"A ausência de comunicação entre a liderança do governo, a Casa Civil e o Ministério da Fazenda tem causado desgaste, prejudicando a imagem do governo. O veto ao Fiagro demonstra uma falha nas articulações políticas", afirmou Lupion.

Prioridades para o Setor Agropecuário e a COP 30

Lupion também destacou as prioridades da FPA para os próximos dois anos, que incluem a busca por soluções para questões econômicas e a proteção dos direitos de propriedade contra invasões orquestradas por movimentos sociais alinhados ao governo. A reforma do Plano Safra, o Seguro Agrícola e a equalização de juros são pontos-chave para os produtores rurais.

Em relação à COP 30, que ocorrerá em Belém entre 10 e 21 de novembro de 2025, Lupion enfatizou que o Brasil deve se posicionar como um país que concilia a preservação ambiental com a produção de alimentos. "O agro sempre é alvo de ataques nesses eventos. Precisamos mostrar que somos responsáveis socioambientalmente e alimentamos dois bilhões de pessoas no mundo", concluiu.

Fonte: Portal do Agronegócio

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