Publicado em: 11/04/2025 às 11:45hs
Empresas e produtores rurais interessados em incorporar tecnologia aos seus negócios têm até o dia 31 de maio para apresentar propostas ao Ciclo de Inovação Aberta do Programa Hub MG Agro. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), em parceria com a Emater-MG, Epamig e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), busca aproximar o setor produtivo de startups, empresas de base tecnológica e centros de pesquisa voltados à inovação no agronegócio.
“O momento é ideal para que produtores rurais, além de médias e grandes empresas do agronegócio mineiro, compartilhem suas demandas. Assim, poderemos conectá-los a soluções tecnológicas desenvolvidas por empresas especializadas em inovação”, destaca Rebeca Caroline Gonçalves de Souza, assessora técnica da Seapa.
Um dos exemplos mais relevantes já viabilizados pelo programa ocorreu na suinocultura, setor em que Minas Gerais se destaca nacionalmente. Com um plantel de 5,4 milhões de suínos, o estado ocupa a quarta posição no ranking nacional e exporta carne suína para 21 países, o que gerou US$ 59,4 milhões em receitas e 29 mil toneladas comercializadas apenas em 2023.
O desafio partiu da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), que buscava tecnologias para medir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e o sequestro de carbono, além de um modelo eficiente para comercializar créditos de carbono gerados pelas propriedades.
Segundo Rebeca Souza, apesar do avanço do setor com a adoção de biodigestores — que reduzem emissões e produzem energia limpa e adubo orgânico —, a mensuração precisa dos resultados ainda era uma barreira, impedindo o acesso a novos mercados e fontes de receita.
A solução veio da empresa GXP Tecnologia, que teve sua proposta selecionada entre sete apresentadas durante o ciclo. A expectativa é que, ao longo de dez anos, os primeiros produtores que aderirem ao projeto possam gerar até R$ 84 milhões em créditos de carbono. Cada produtor poderá alcançar uma receita anual entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão. A startup também deverá ser beneficiada, com previsão de faturamento anual entre R$ 7 milhões e R$ 12 milhões.
“Este projeto representa não apenas uma nova fonte de renda para os suinocultores, como também reforça o compromisso ambiental do setor, alinhando a produção mineira às exigências de sustentabilidade do mercado atual. Esperamos que mais desafios sejam submetidos ao programa para que novas soluções possam beneficiar a cadeia produtiva”, afirma Rebeca.
O Ciclo de Inovação Aberta integra o Hub MG Agro, uma iniciativa da Seapa que conta com a colaboração de importantes instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, como o tecnoPARQ da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o Sistema Faemg, a Novo Agro Ventures, e os núcleos de inovação das Universidades Federais de Itajubá (Unifei) e de Alfenas (Unifal).
A proposta do programa é impulsionar a modernização do agronegócio mineiro, promovendo um ambiente de inovação aberta onde demandas reais do campo encontram soluções práticas e escaláveis, contribuindo para a sustentabilidade, produtividade e competitividade do setor.
Fonte: Portal do Agronegócio
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