Publicado em: 21/11/2024 às 10:10hs
Goiás, sem vacinar o rebanho contra febre aftosa há quase dois anos, busca agora o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como zona livre da doença sem vacinação. A última campanha de imunização ocorreu em novembro de 2022, e desde então o estado tem mantido a vigilância sanitária como parte do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE/PNEFA).
Com ações coordenadas entre a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), produtores rurais e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Goiás conseguiu cumprir todas as exigências para a suspensão da vacina, fortalecendo a pecuária local e nacional. “Mostramos mais uma vez a competência de Goiás, por meio da Agrodefesa, para manter a sanidade animal e a defesa agropecuária no estado. Agora buscamos projetar Goiás no mercado internacional”, destacou José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa.
A suspensão da vacinação no estado faz parte de uma estratégia nacional. Em maio de 2023, os últimos estados brasileiros ainda vacinando seus rebanhos também interromperam o processo, tornando o Brasil inteiramente livre da febre aftosa sem vacinação. Mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos, distribuídos em cerca de 3,2 milhões de propriedades, deixaram de ser imunizados, gerando uma economia de R$ 500 milhões.
O Mapa encaminhou à OMSA o pedido de reconhecimento do território nacional como livre da doença sem vacinação. A aprovação está prevista para maio de 2025, durante a assembleia geral da entidade. “Esse reconhecimento será crucial para abrir novos mercados internacionais, especialmente junto a países com alta exigência em relação à qualidade de produtos de origem animal”, afirmou José Ricardo.
Embora a imunização contra febre aftosa tenha sido suspensa, outras vacinas continuam obrigatórias para garantir a saúde do rebanho goiano, que é o terceiro maior do país, com 23,7 milhões de cabeças, segundo o IBGE. Entre as vacinas no calendário oficial estão as contra brucelose e raiva em herbívoros.
A vacinação contra a raiva, por exemplo, iniciou em 1º de novembro e segue até 15 de dezembro em 119 municípios de alto risco. Durante o período, os produtores devem vacinar bovinos e bubalinos de até 12 meses, além de equinos, muares, asininos, caprinos e ovinos de até seis meses. O registro da imunização deve ser feito até 31 de dezembro no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago).
No caso da brucelose, é obrigatória a vacinação de fêmeas bovinas e bubalinas entre três e oito meses de idade com a vacina B-19, e posteriormente com a vacina RB-51. O procedimento deve ser realizado sob supervisão de um médico veterinário cadastrado na Agrodefesa.
Goiás reforça, assim, o compromisso com a sanidade animal e a qualidade da pecuária, destacando-se como referência no setor agropecuário nacional e internacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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