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Embargo russo não é considerado surpresa

Ao longo dos últimos anos a Rússia vem se confirmando como o mercado mais instável para comercialização da carne brasileira, seja ela aves, suínos ou bovinos – principais proteínas animal exportadas pelo Brasil


Publicado em: 01/10/2013 às 18:30hs

Embargo russo não é considerado surpresa

Os embargos tornaram-se frequentes e o mais recente, anunciado na quarta-feira (25) não chegou a soar como surpresa. O Ministério da Agricultura confirmou que o Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) está impondo restrição temporária de importação a nove frigoríficos de carne bovina (seis da JBS, dois da Minerva e um da Marfrig) e um de carnes suína, o Pamplona (Riosulense), de Santa Catarina – Estado com maior status sanitário do país.

O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec), Fernando Sampaio, informa que a restrição começa a valer em 02 de outubro e explica que, de tempos em tempos, as autoridades sanitárias russas decidem colocar restrições temporárias ou maiores controles às unidades brasileiras. “Mas a decisão de embargar essas nove plantas foi decorrente da última visita que eles fizeram ao país, em julho”, informou Sampaio. Ele explicou que, em relatório que está com o Ministério da Agricultura, as autoridades russas apontam que o embargo foi imposto porque há "inconformidade com as normas sanitárias do país".

Atualmente, o Brasil possui 56 unidades habilitadas para vender à Rússia, mas somente 14 - com o embargo atual - estão totalmente liberadas para o envio de lotes ao país. Sampaio disse que ainda não é possível calcular o impacto nas vendas do setor. Um dos motivos é que as empresas do setor são bem diversificadas geograficamente e podem atender ao mercado russo via outras plantas. A segunda é que ao mesmo tempo em que há uma quantidade expressiva de restrições às unidades, a Rússia aumentou a cota destinada às exportações brasileiras de carne bovina. “Parece contraditório, mas a Rússia dá cota para a Europa, Estados Unidos e outros países. O Brasil se encaixa nessa cota de 'outros países', a qual houve um aumento da tonelagem”, relata e lembra: “A Rússia já avisou que, independente de estar na Organização Mundial de Comércio, vai continuar usando as suas regras de comércio. O Brasil é quem tem que mostrar a equivalência nesse assunto”.

Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirmou que vai analisar o relatório preliminar enviado pelo serviço fitossanitário da Rússia e deve fazer as considerações antes da publicação da versão final do documento.

Fonte: O Presente

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