Publicado em: 21/06/2012 às 11:10hs
A cúpula tem sido alvo de críticas por parte de ambientalistas, que consideraram tímido o texto-base da declaração final, aprovado na terça-feira.
Eleita pelos países que integram os debates como presidente da conferência, Dilma agradeceu os votos e transferiu a tarefa ao ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que assumiu os trabalhos como vice-presidente da conferência.
Dilma expressou ainda a satisfação de ver ‘a liderança mundial’ para a qual ‘acorda hoje o Rio de Janeiro, para a complexa e urgente agenda do desenvolvimento sustentável’.
‘Não tenho dúvidas de que estaremos à altura dos desafios’, acrescentou a líder brasileira, indicando que às 16h voltará a falar à plenária expondo a posição do Brasil sobre os temas que serão discutidos pelos chefes de Estado.
Já o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, comentou diretamente o texto aprovado ontem ao manifestar descontentamento e afirmar que esperava algo mais ‘ambicioso’.
O secretário-geral da ONU, por sua vez, deixou claro que caberá agora aos líderes mundiais, nos três próximos dias, dar a devida importância aos temas que afetam o planeta.
‘A natureza não espera, a natureza não negocia com o ser humano. Temos recursos limitados na Terra, e portanto o que os países-membros acordarem aqui, agora, é importante e deve ter vontade política’, disse.
Inspiração – Ele disse ainda que o Brasil tem potencial de servir como exemplo para outros países. ‘Na minha visão o Brasil tem muita chance de sucesso e podemos aprender e ter inspirações com os sucessos brasileiros’.
Questionado sobre a expectativa de mudanças no texto aprovado, Ban disse que espera que os líderes tomem decisões cruciais tendo em vista o mundo como um todo.
‘Eles são aqueles que podem tomar decisões políticas. A era em que cada chefe de Estado pensava apenas em seu próprio país já se acabou. Nosso mundo está interconectado e nossos líderes precisam pensar como cidadãos globais’, indicou.
Rascunho – O primeiro dos três últimos dias da Rio+20, que agora conta com a presença de chefes de Estado e governo de todo o mundo, já começa com uma questão crucial: a timidez dos termos acordados no texto rascunho aprovado na terça-feira e a pressão para que as discussões entre os líderes resultem em mudanças para tornar a declaração final mais contundente.
O objetivo do texto é convencer a humanidade a seguir um caminho mais sustentável, reduzindo a pobreza e preservando o meio ambiente, informa o analista da BBC Richard Black.
Fontes ligadas ao tema, entretanto, afirmaram que as discussões fomentaram uma polêmica em torno de uma série de pontos.
O documento, por exemplo, pede ‘uma ação urgente’ contra a produção e o consumo insustentável, mas não dá detalhes nem estabelece um cronograma de como essa meta poderá ser atingida.
Por outro lado, o texto reafirma os compromissos que os países fizeram para encerrar os subsídios aos combustíveis fósseis ‘danosos e ineficientes’.
Críticas – Entidades ligadas à defesa do meio ambiente afirmaram que o rascunho final carece de ‘conteúdo significativo’.
Segundo o diretor de política e campanhas da organização Friends of the Earth, Craig Bennett, que acompanhou as negociações no Rio, ‘a minuta do texto revela que falta às negociações do Rio o poder de fogo necessário para solucionar o problema global que enfrentamos’.
‘Os países desenvolvidos têm falhado seguidamente em viver dentro dos limites do planeta – e agora eles precisam acordar para o fato de que, até a economia mundial se recuperar, estaremos pisando em rachaduras cada vez maiores’, acrescentou Bennett.
Mais de cem chefes de Estado e governo são esperados no Rio de Janeiro para a aprovação do texto. Entre os líderes, estará presente o recém-eleito presidente da França, François Hollande.
O primeiro-ministro inglês, David Cameron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, não virão e serão substituídos por seus ministros.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também não confirmou presença, ainda que especulações sobre sua eventual vinda tenham surgido recentemente.
A Rio+20 ocorre 20 anos depois da Eco-92, também chamada de Cúpula da Terra.
Fonte: G1
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