Governo

Conab faz análise do andamento da safra

Durante a fase de implantação da primeira safra, nos meses de setembro até o início de novembro do ano passado, as precipitações foram normais e apenas ocorreram variações bruscas de temperatura, que tendem a afetar a produtividade das culturas de feijão e da soja


Publicado em: 20/01/2012 às 09:30hs

Conab faz análise do andamento da safra

No entanto, do final de novembro do ano passado até o final da segunda semana de janeiro deste ano de 2012 as precipitações foram abaixo do normal e mal distribuídas em parte da região sudoeste, em toda a faixa oeste do Estado e em parte das regiões norte e noroeste, provocando significativas quebras nas safras de milho, soja e feijão.

Precipitações - As precipitações ocorridas entre os dias 13 a 17 de janeiro eliminaram o déficit hídrico do solo em praticamente todas as regiões do Estado e estão favorecendo o plantio da segunda safra de feijão e, em breve, a do milho. Além das lavouras citadas, a falta de água comprometeu as pastagens e a produção de leite e retardou o estabelecimento da segunda safra de feijão.

Feijão 1ª e 2ª safra - A área plantada da primeira safra, segundo a Conab, soma 250,6 mil hectares, 27% menor do que a verificada na safra anterior. A previsão de produção deve reduzir em 23%, de 430,6 (segundo o Deral/Seab) para 330 mil toneladas. A redução de área se deve aos baixos preços verificados na comercialização da safra anterior e aos preços do milho considerados remuneradores pelos produtores. A colheita já se verificou em 52% da área. As demais lavouras se encontram nas fases de floração (5%), frutificação (36%) e 59% em maturação, segundo o Deral/Seab. O frio e a seca foram os fatores que comprometeram a produção em aproximadamente 100 mil toneladas. 

Preços e plantio - Os preços recebidos pelos produtores do preto aumentaram 44%, para R$ 93,00 a 94,00 a saca, e do cores  89%, para R$ 160,00 a saca. Com a realização dos leilões dos estoques do governo, nesta semana, o preço do cores recuou para R$ 156,30 a saca. O plantio da segunda safra está atrasado e foi efetuado em 10% da área inicialmente prevista em 172,6 mil hectares, segundo a CONAB. Esta área é equivalente àquela cultivada no ano anterior.

Milho 1ª safra - Os preços considerados elevados foram os responsáveis pelo aumento de 21% na área cultivada, estimada em 938,3 mil hectares, segundo a Conab. A cultura atravessa as fases de desenvolvimento vegetativo (5%), floração (30%), frutificação (50%) e em 15% a de maturação, segundo o Deral/Seab.

Estimativa - A estimativa inicial de produção de 7,40 milhões de toneladas, segundo o Deral/Seab, deverá reduzir em 20%, para 5,9 milhões de toneladas, representando uma quebra 1,5 milhão de toneladas, devido basicamente a seca. Nas áreas de maior concentração da cultura, sul e sudoeste do Estado, as precipitações estão praticamente normais. No entanto, em toda faixa do sudoeste e oeste do Estado, que margeia o rio Paraná, e também nas regiões noroeste e norte, que no conjunto concentram 40% da cultura, existiram locais com 60 dias sem precipitação, trazendo significativas quebras nos níveis de produtividade. As perdas variam de 20% a mais de 50%, dependendo da região.

Vendas -  Os produtores venderam 10% da produção antecipadamente, aproveitando as elevadas cotações internacionais e internas, que apresentaram tendência de baixa durante os meses de novembro e dezembro e aumento no final de dezembro do ano passado e neste início de janeiro de 2012, devido basicamente ao mercado climático na América do Sul e as variações na taxa de câmbio. Atualmente oscilam entre R$ 22,50 a 23,10 a saca. Estas cotações estão em nível superior aos preços do produto posto Paranaguá, para exportação.

Soja - O menor custo por hectare comparativamente ao milho e a maior liquidez na comercialização não foram suficientes para compensar a expectativa de elevadas cotações do milho, resultando em redução de 4% na área cultivada da leguminosa, para 4,40 milhões de hectares, segundo a Conab. A colheita ocorreu em 2% das lavouras. Nas demais áreas, a cultura se encontra nos seguintes estágios: desenvolvimento vegetativo (12%), floração (38%), frutificação (38%), maturação (11%), segundo o Deral/Seab.

Produção - A estimativa inicial de produção de 14,13 milhões de toneladas, segundo o Deral/Seab, deverá apresentar redução entre 16% a 20% ou aproximadamente 2,5 milhão de toneladas, para 11,6 milhões de toneladas, devido ao frio e a seca. As quebras variam de 15% a 30% nas áreas onde se verificou o stress hídrico, que concentram 65% das lavouras do Estado. Foram maiores nas lavouras que plantaram as cultivares precoces e superprecoces.

Cotações - Os produtores venderam antecipadamente 20% a 25% da safra inicial, aproveitando as elevadas cotações internacionais e internas. No mês de dezembro do ano passado preços aos produtores aumentaram para R$ 40,5 a 41,0 a saca e neste início de janeiro de 2012 para R$ 41,7 a 43,50 a saca, depois de experimentarem redução no período anterior. A reação se deve ao aumento da taxa de câmbio e a expectativa de quebra de safra na América do Sul devido a seca. No Paraná, o maior déficit hídrico se verificou nas lavouras situadas em toda a faixa oeste, às margens do rio Paraná, onde locais ficaram com 60 dias sem chuva.

A queda de receita dos produtores de soja, milho e feijão, considerando as quebras citadas anteriormente, soma aproximadamente R$ 2,25 bilhões. Ressalto que o primeiro levantamento do Deral/Seab, publicado na primeira semana deste mês, evidenciou quebra de 1,0 milhão de toneladas de milho, 1,4 milhão de soja e 83 mil toneladas na primeira safra do feijão, com redução de R$ 1,5 bilhão na receita dos produtores."