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Conab explica venda de estoques

Conab esclarece que, em primeiro lugar, a mencionada venda dos estoques de milho foi definida em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


Publicado em: 26/07/2012 às 11:30hs

Conab explica venda de estoques

Com respeito à nota publicada esta semana pelo Jornalista Ricardo Boechat (em sua coluna semanal na Isto É), sob o título “Agricultura sem Visão”, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) esclarece que, em primeiro lugar, a mencionada venda dos estoques de milho foi definida em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Com base na análise de informações que apontavam a tendência de mercado à época, considerou-se haver espaço para aquisição e renovação dos estoques públicos no segundo semestre de 2012.

No início deste ano, os preços do milho no mercado internacional estavam com níveis altos e estoques mundiais apertados. No Brasil, a despeito do início da colheita da 1ª safra, os preços continuavam em alta devido à quebra da produção na Região Sul, onde Santa Catarina e Rio Grande do Sul enfrentavam problemas climáticos com a estiagem prolongada.

Apesar deste cenário, estudos realizados pela Conab – que também consideraram o acompanhamento da formação de preços na Bolsa de Chicago e as análises de diversas consultorias de mercado – apontavam um importante aumento na produção do grão nos Estados Unidos (principal produtor e exportador mundial de milho), com uma estimativa de 375 milhões de toneladas. A este aumento expressivo, somava-se a expectativa de uma 2ª safra recorde de milho no Brasil, que veio de fato a ocorrer. Tais estudos e informações foram divulgados no Fórum de Agricultura realizado em São Paulo, em março deste ano, com a presença de diversos agentes do agronegócio brasileiro.

Assim, a conjugação desses fatores fundamentou a decisão pela venda dos estoques públicos, baseada num cenário futuro de tranqüilidade na oferta do grão, nos mercados nacional e internacional.

Entre os meses de janeiro e maio, quando ocorreram os leilões, a safra na Região Centro Sul do País já havia começado, embora fosse este também o período de entressafra no Centro Oeste, especialmente em Mato Grosso que é o maior produtor de 2ª safra e, junto ao Paraná e Goiás, é responsável pelo abastecimento interno do Brasil no segundo período do ano.

Com as negociações, a Conab e o Mapa priorizaram o atendimento ao mercado interno, com Avisos de Venda que especificavam que as operações se destinavam a tal público de compradores: avicultores, suinocultores, bovinocultores de leite e de corte, cooperativas de criadores de aves e de suínos e indústrias de ração animal e de alimentação humana à base de milho.

As análises realizadas, até então, demonstravam-se assertivas, estando o mercado de milho em baixa desde o início do ano. Tal tendência foi revertida, de modo acentuado, somente há pouco mais de 20 dias, quando as perspectivas de superoferta do grão foram rebaixadas pelas informações sobre as altas temperaturas nos Estados Unidos, fenômeno climático imprevisível na oportunidade de realização das análises, tanto pela Conab quanto por outros agentes de mercado.

Os leilões resultaram na negociação de 249,4 mil toneladas e todas as informações concernentes às operações realizadas estão disponíveis na página da Conab na Internet (www.conab.gov.br), na qual uma enorme gama de dados é oferecida: total por Unidade da Federação, por produto, por operação, por unidade de medida, por adquirente (nome, CPF ou CNPJ) além de, quando definida a consulta por estado, ser oferecido também o detalhamento das notas fiscais emitidas.

Desta forma, é possível à imprensa e ao cidadão comum o acesso à relação de adquirentes, assim como às quantidades arrematas por cada um, o que torna flagrante a participação de grande número de agentes do setor exclusivamente voltados ao consumo interno de milho.

Fonte: CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento

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