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Cigarrinha-do-milho: Santa Catarina registra crescimento populacional com baixa incidência bacteriana

Programa Monitora Milho SC observa aumento nas populações de cigarrinhas, mas mantém controle sobre infecções bacterianas nas lavouras de milho do estado


Publicado em: 26/03/2025 às 17:30hs

Cigarrinha-do-milho: Santa Catarina registra crescimento populacional com baixa incidência bacteriana

O Programa Monitora Milho SC, responsável pelo acompanhamento da cigarrinha-do-milho em Santa Catarina, registrou um aumento significativo na população do inseto na última semana. De acordo com Maria Cristina Canale Rappussi da Silva, coordenadora do programa e pesquisadora da Epagri, a média de cigarrinhas por armadilha nas semanas anteriores foi de 85 e 66,7, respectivamente, mas o levantamento mais recente revelou um aumento para 118,4 insetos por armadilha. “Esse aumento é esperado. Monitoramentos anteriores indicam que, na fase reprodutiva do milho, o manejo químico se torna mais difícil devido à utilização de maquinário no campo, o que é mais eficaz na fase vegetativa, considerada a mais crítica”, explica a pesquisadora.

Apesar do crescimento populacional das cigarrinhas, a incidência de infecções por agentes patogênicos, como as bactérias do espiroplasma do enfezamento-pálido e o fitoplasma do enfezamento-vermelho – ambos responsáveis por sérios danos às lavouras – continua baixa em todo o estado. Maria Cristina alerta que os sintomas dessas infecções incluem folhas avermelhadas, espigas malformadas e plantas de porte reduzido, com encurtamento dos internódios.

A especialista também enfatizou a importância de monitorar a sobrevivência dos insetos durante a entressafra. O programa continuará a vigilância até o fim da safrinha, pois é crucial determinar se os insetos estão ou não infectados. "Esperamos encerrar a safrinha com uma quantidade razoável de cigarrinhas na natureza. O que não queremos é que essas cigarrinhas estejam contaminadas com patógenos, pois a possibilidade de elas sobreviverem em milho tiguera, ou milho voluntário, é muito alta", afirmou.

O programa Monitora Milho SC, que coleta e divulga semanalmente informações de todas as regiões do estado, permite que os produtores acompanhem a evolução das populações de cigarrinhas e as infecções por elas causadas. Na última semana, foi detectada a presença dos vírus do rayado-fino e do mosaico estriado, além da bactéria do fitoplasma do enfezamento-vermelho, com registros positivos em cidades como Braço-do-Norte, Guatambu e Irati.

A média estadual de cigarrinhas por armadilha foi de 118,4, com a última semana não apresentando a presença de espiroplasma do enfezamento-pálido nem do vírus do mosaico estriado. O controle eficaz do ataque de cigarrinhas, especialmente aquelas infectadas com patógenos causadores dos enfezamentos, é essencial para proteger a produção de milho.

O programa Monitora Milho SC foi criado no início de 2021 como uma ação integrada de diversas entidades, incluindo Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária, com o objetivo de combater a cigarrinha-do-milho e os patógenos associados que afetam as lavouras.

infograf-milho

Fonte: Portal do Agronegócio

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