O Plano Safra 2024/25 marca um avanço significativo para o setor agrícola brasileiro, especialmente no que diz respeito ao uso da Cédula de Produto Rural (CPR). Com um aporte de R$ 108 bilhões em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) destinados às emissões de CPR, que agora contam com isenção de imposto de renda, o plano visa fortalecer o financiamento rural.

Apesar do incremento nos recursos destinados ao Plano Safra empresarial, Othavio Paulino da Costa Parisi, diretor executivo da Central de Registro de Direitos Creditórios (CRDC), destaca que o montante ainda é insuficiente para suprir a demanda estimada em cerca de R$ 1 trilhão por safra. Parisi enfatiza que enquanto pequenos produtores contarão com o suporte do Pronaf e grandes produtores já acessam outras fontes de financiamento, os médios produtores enfrentam desafios significativos.

A jornada de financeirização do setor agrícola, conforme observado por Parisi, está cada vez mais orientada para o crédito privado, digital e sustentável. O registro obrigatório da CPR ganha importância, eliminando práticas informais e impulsionando modalidades como a CPR Garantia e a CPR Verde.

Os dados mais recentes do Ministério da Agricultura destacam o crescimento no uso da CPR, com o estoque atingindo R$ 340 bilhões em maio, um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior. A CRDC, subsidiária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), desempenha um papel crucial nesse cenário, facilitando a emissão e registro de mais de 10 milhões de duplicatas em sua plataforma em 2023, com uma extensa rede de mais de seis milhões de empresas clientes ativas.

Este panorama reflete uma nova era para o financiamento agrícola no Brasil, com a CPR emergindo como uma ferramenta essencial para viabilizar o crédito necessário ao desenvolvimento sustentável do agronegócio nacional.