Crédito Rural

Crédito abundante na Expointer

Embalado pela aposta de que o campo investirá no aumento da produção, sistema financeiro oferece R$ 1,46 bilhão


Publicado em: 01/08/2012 às 12:20hs

Crédito abundante na Expointer

Mesmo com a seca prolongada que afeta os produtores rurais gaúchos, os organizadores da 35 Expointer, lançada nesta terça-feira (31/7), na Capital, mostraram que apostam suas fichas na recuperação de renda por meio de investimento na safra de verão 2012/2013. Os cinco principais agentes financeiros da mostra oferecerão R$ 1,46 bilhão para impulsionar os negócios, crédito 27,3% superior a R$ 1,15 bilhão disponibilizado na edição passada. A feira, que ocorre de 25 de agosto a 2 de setembro, em Esteio, tem o desafio de superar a receita de 2011, de R$ 1,089 bilhão. O Banrisul, por exemplo, elevou em 10% o volume de recursos, para R$ 165 milhões, mas já antecipou: atenderá a toda demanda. O superintende de Negócios Rurais do banco, Carlos Roberto Barbieri, prevê forte demanda em projetos de irrigação. Segundo os bancos, além do programa estadual Mais Água, Mais Renda, devem se destacar as linhas Mais Alimentos e Pronamp. Exceto o Badesul, que manterá a oferta de crédito em relação a 2011, Banco do Brasil, Sicredi e BRDE também ampliaram suas cifras.

O secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, está convicto de que, após os prejuízos com o clima, o produtor irá adquirir equipamentos para irrigação, setor que ocupará uma quadra na mostra. O governador Tarso Genro lembrou que os gaúchos já deram prova de seu poder de reação ao não recuar diante da seca, combatida com ações públicas. Além de tecnologia para irrigar, o presidente do Simers, Cláudio Bier, acredita que máquinas e equipamentos para elevar o cultivo de soja serão importantes na projeção de, pelo menos, manter o faturamento na feira de 2011, de R$ 834,7 milhões. "Com os preços excepcionais das commodities, os produtores estão fazendo venda antecipada para garantir aumento de área e produção de soja. Por isso, vão demandar mais máquinas e mais tecnologia."

Menos eufórico, o presidente da Fetag, Elton Weber, advertiu que a avidez nas compras dependerá de medidas federais, ainda indefinidas, que permitam o efetivo acesso ao crédito. Na mesma toada, o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, enfatizou que o alongamento de dívidas não recupera o poder de endividamento e disse que, se o passivo não for solucionado até a Expointer, dificilmente o setor de máquinas confirmará as projeções, apesar do poder de recuperação do campo. E acrescentou, fazendo uma comparação com o espetáculo de acrobacia no evento: "Quando pensam que o produtor vai cair, ele arruma um gancho para se manter". Empossado na semana passada como presidente da Febrac, Eduardo Finco acrescentou aos problemas pontuais a urgência de resolver antigos gargalos, como infraestrutura deficitária para escoar a produção, precária energia elétrica, necessária para a irrigação, e frágil segurança no campo, dentre outros.

Fonte: Correio do Povo

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