Publicado em: 23/04/2025 às 19:05hs
A Justiça do Distrito Federal negou, nesta terça-feira (22), o pedido de liminar que visava suspender a aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A decisão foi proferida pelo juiz Júlio Roberto dos Reis, da 25ª Vara Cível de Brasília, e permite o avanço da operação que poderá formar um novo e robusto conglomerado financeiro no Brasil, com atuação relevante em diversos setores, especialmente no agronegócio.
De acordo com o magistrado, os argumentos apresentados pelo autor da ação — Eduardo Araújo, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília — não foram sustentados por provas suficientemente robustas. O juiz observou que “meros relatórios opinativos desfavoráveis à transação impugnada” não justificam a interrupção da negociação.
A ação, inicialmente encaminhada à 1ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, foi redistribuída após entendimento de que a operação não envolve ato direto do governo do DF, mas sim de uma sociedade de economia mista.
A transação envolve a aquisição de 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Banco Master, atualmente sob controle de Daniel Vorcaro. O valor estimado da operação varia entre R$ 2 bilhões e R$ 3,5 bilhões, conforme fontes do mercado.
Caso aprovada, a fusão resultará em uma instituição com:
Esse porte posiciona o novo conglomerado como um potencial protagonista no financiamento de setores estratégicos da economia, com destaque para o agronegócio brasileiro.
Apesar da autorização judicial, a conclusão da operação ainda depende da análise e aprovação do Banco Central do Brasil e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O modelo de integração prevê que o BRB detenha 58% do capital do Banco Master. Contudo, as duas instituições manterão estruturas operacionais independentes, com sinergia de governança, gestão estratégica e aproveitamento conjunto de competências técnicas.
Em comunicado oficial, o BRB explicou que a aquisição integra sua estratégia de expansão, com foco na incorporação do Banco Master ao seu conglomerado prudencial. O banco destacou como pilares da operação:
Após a conclusão do processo, Daniel Vorcaro deixará a presidência executiva do Banco Master e assumirá a presidência do Conselho de Administração do novo grupo, mantendo participação relevante na estrutura societária.
Natural de 1983, Daniel Bueno Vorcaro está à frente do Banco Master desde 2018. Nesse período, conduziu uma transformação significativa na instituição, com foco em inovação, ampliação da oferta de produtos financeiros e inserção estratégica no mercado de capitais.
Vorcaro também mantém investimentos em diversos setores da economia, incluindo:
Para ele, a fusão com o BRB representa "o melhor negócio que os dois lados poderiam fazer", evidenciando a sinergia entre os modelos operacionais das duas instituições.
O novo conglomerado poderá exercer papel decisivo na oferta de crédito rural e serviços financeiros adaptados às exigências do agronegócio brasileiro — setor que responde por grande parte do PIB nacional e das exportações do país.
Enquanto o BRB já possui forte atuação regional, especialmente na região Centro-Oeste, com histórico de apoio ao produtor rural, o Banco Master agrega expertise em operações estruturadas e mercado de capitais.
Com a união das duas instituições, o mercado deve observar o surgimento de soluções financeiras mais adequadas às necessidades do campo, abrangendo:
A expectativa é que a nova instituição alcance classificação S2 pelo Banco Central, podendo futuramente ser promovida à categoria S1, destinada a bancos com relevância sistêmica, como Itaú e Bradesco.
A decisão judicial que manteve a validade da operação reforça a confiança no ambiente regulatório e demonstra que fusões e aquisições, quando conduzidas com transparência e responsabilidade institucional, permanecem como estratégias legítimas de crescimento no sistema financeiro nacional.
Para os clientes, especialmente os do agronegócio, o novo grupo poderá representar acesso a um portfólio mais robusto, com maior capilaridade, inovação e suporte técnico. O mercado agora aguarda os trâmites regulatórios para a consolidação definitiva do negócio.
Fonte: Portal do Agronegócio
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