Agricultura Familiar

Representantes salientam contribuições do pequeno produtor

Das áreas rurais do País, 85% são voltadas para a agricultura familiar. A produção de mandioca nesses locais representa 87% do que existe no Brasil; de leite, 71,5%; de feijão, 70%; e de milho, 46%


Publicado em: 31/08/2012 às 18:40hs

Representantes salientam contribuições do pequeno produtor

Os dados foram apresentados pelo diretor de operações técnicas da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Plínio César Soares, no painel "Assistência Técnica e Extensão Rural – Ater e Pesquisa", que abriu a programação da tarde desta quinta-feira (30/8/12) do Ciclo de Debates Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural Sustentável. Os debates, iniciados na quarta-feira (29), terminam nesta sexta (31). O evento é promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no Plenário. Os trabalhos foram presididos pelo deputado Antônio Carlos Arantes (PSC).

Em sua apresentação, Plínio Soares apresentou ações desenvolvidas pela Epamig e mostrou como a empresa se distribui no Estado. Ele contou que o órgão possui 47 laboratórios de apoio a pesquisas e aos produtores rurais. “Possuímos 10 grandes projetos de pesquisas, e a agricultura familiar está incluída em todos eles”, destacou. Plínio abordou, ainda, os desafios da Epamig. Segundo relatou, alguns dos objetivos da empresa são promover o desenvolvimento rural com sustentabilidade econômica e ambiental; fazer com que a tecnologia chegue ao produtor; e ampliar e fortalecer parcerias.

O segundo palestrante da tarde, o diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural da Secretaria de Agricultura Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Argileu Martins da Silva, também ressaltou a importância da agricultura familiar para o País. Ele disse que, do total de pouco mais de 550 mil estabelecimentos rurais existentes em Minas Gerais, cerca de 236 mil são áreas com menos de 10 hectares e 240 mil, aproximadamente, possuem de 10 a 100 hectares. “Entendemos que a disponibilização do conhecimento tecnológico para produtores pode ser o caminho para termos um meio rural melhor, com custo de produção menor e com agricultores vivendo mais felizes”, pontuou.

O representante do MDA apresentou, ainda, um histórico sobre a assistência técnica e a extensão rural providas pelo Ministério, no período de 2003 a 2011. Ele afirmou que há uma ênfase do MDA na inovação e na disponibilização de tecnologias. Argileu ressaltou, também, a importância de editais de pesquisa do Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) voltados para programas na área de extensão rural em universidades do País. “Em Minas, existem quase 60 projetos desenvolvidos em parceria com faculdades”, exemplificou.

Representantes destacam uso de tecnologia para aumento da produção

O diretor técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater), José Rogério Lara, afirmou que o desenvolvimento de tecnologia contribui para o aumento das áreas cultivadas e a qualidade da produção. Ele exemplificou com o cultivo do café entre os anos 2000 e 2012. Segundo José Rogério, nesse período, a área de plantio aumentou 4%, a produtividade, 41%, e a produção teve alta de 45%. “Isso é resultado de pesquisa, de desenvolvimento tecnológico, e também do envolvimento dos produtores”, ressaltou.

Para aumentar os recursos humanos e a qualidade da assistência e dos estudos desenvolvidos, será aberto concurso público em janeiro de 2013 para preencher 400 vagas. Foi o que informou o presidente da Emater, Marcelo Lana Franco. De acordo com ele, alguns desses postos serão criados por demissões voluntárias, incentivadas entre funcionários que já estão aposentados ou que já têm tempo de serviço para aposentadoria. Conforme Marcelo, atualmente, a instituição conta com 2700 funcionários, distribuídos em 789 escritórios pelo Estado.

Para o chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - Milho e Sorgo, Antônio Álvaro Corsetti Purcino, o aumento da produtividade no campo se deve ao desenvolvimento tecnológico. De acordo com ele, em 1995, a importância da tecnologia para o crescimento da produção era de 50%; em 2006, o valor subiu para 68%.

Antônio Álvaro explicou que a modernização tecnológica gera diversificação agrícola e redução no preço da cesta básica, mas ponderou que a mecanização reduziu postos de trabalho. Ele destacou que a pobreza rural pode ser diminuída por meio de investimentos que aumentem o número de agricultores com alta produtividade e sugeriu o uso da tecnologia para que esse salto seja dado.

Fonte: Assessoria de Imprensa ALMG

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