Agricultura Familiar

PAA, um programa de apoio à agricultura familiar tipo exportação

Participantes do Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Social vindos de Guiné Conakry, Níger, Indonésia, Nigéria e Peru visitam núcleo rural de Brazlândia e conhecem todas as etapas do Programa de Aquisição de Alimentos no Distrito Federal


Publicado em: 11/05/2012 às 07:55hs

PAA, um programa de apoio à agricultura familiar tipo exportação

A relação estreita entre produção da agricultura familiar, alimentação escolar e doação de alimentos para instituições socioassistenciais chamou a atenção do secretário geral do Alto Comissariado para a Iniciativa 3N de Níger, Adamou Issaka. Junto com representantes de cinco países que participam do Seminário Internacional de Políticas Sociais para o Desenvolvimento, ele conheceu de perto o funcionamento o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da agricultura familiar, uma das ações do Plano Brasil Sem Miséria.

Nesta quarta-feira (9) pela manhã, comitiva de 20 pessoas de Guiné Conakry, Níger, Indonésia, Nigéria e Peru conheceu a chácara Nova Esperança, na zona rural de Brazlândia, no Distrito Federal.

O agricultor Abdias Moura de Menezes mostrou como cuida da plantação, principalmente de morango, mas também de cenoura, beterraba, vagem, tomate, milho e mandioca. Desde 2010, ele participa do PAA e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Vende para o governo federal, sem licitação e a preços compatíveis com os mercados locais e regionais, no valor anual de até R$ 4,5 mil.

“É o que nos ajuda. Gostaria de vender tudo para o governo”, diz o agricultor, que antes tinha que comercializar a qualquer preço para os atravessadores. Abdias é um dos 180 agricultores familiares que integram a Associação dos Produtores Rurais Alexandre de Gusmão.

A comitiva estrangeira acompanhou a chegada de chuchu, mexerica, alface, repolho e tomate entregues toda quarta-feira de manhã pelos membros da associação. “Uma das funções do programa é fixar o produtor na propriedade, evitar o êxodo rural”, explicou o vice-presidente da entidade, Fábio Harada.

À tarde, 31 associações socioassistenciais cadastradas pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest), localizadas em Ceilândia, Taguatinga e Brazlândia, recebem os alimentos. Os estrangeiros conheceram uma das entidades beneficiadas. O Centro Comunitário São Lucas, de Ceilândia, busca toda quarta-feira hortaliças e frutas para alimentar 757 crianças com cinco refeições diárias.

“Este é o nosso alimento, a nossa base”, disse o diretor do centro, Fábio Teixeira Alves. Segundo ele, os recursos são poucos para pagar os 100 funcionários e manter a instituição, que tem convênio com o Governo do Distrito Federal e é mantida pela Igreja Metodista. “O PAA é excelente, o alimento é sadio, puro e fresco.”

Alimentação – Adamou Issaka, de Níger, afirmou que em seu país a palavra de ordem é que os nigerianos devem alimentar os nigerianos, e o Brasil é um exemplo disso. “Podemos perceber a participação do Estado em todo o processo, em tudo que é colocado à disposição da produção e da distribuição do alimento.” O africano achou interessante a disposição do governo de institucionalizar os 30% da agricultura familiar na alimentação escolar.

A médica Victoria Omoera, do Ministério da Saúde da Nigéria, admitiu que a dificuldade dos agricultores de seu país está na comercialização. “O governo dá subsídios, mas os produtores têm que procurar a quem vender.” Ela elogiou o funcionamento das políticas públicas brasileiras: “O governo consegue implementar efetivamente o que está no papel”.

Os 20 representantes estrangeiros permanecem no Brasil até esta quinta-feira (10), quando se encerra o seminário.

Fonte: MDS - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

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