O evento organizado pela Comissão de Agricultura, Agronegócio , Pecuária, e Cooperativismo da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul promoveu três eixos principais de discussão: cooperativismo, agricultura familiar e agronegócio.

Durante a palestra para produtores da região, Pepe Vargas falou sobre a relevância da agricultura familiar para o Rio Grande do Sul, para o Brasil, e apresentou o trabalho do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), destacando as políticas de crédito, de apoio a comercialização e de assistência técnica, além do Plano Safra 2012-2013. Também fez questão de enfatizar os mercados que estão disponíveis para o setor por meio dos programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae).

Após a apresentação, o ministro conversou e esclareceu as dúvidas dos agricultores. Entre os assuntos debatidos destacaram-se: permanência na terra e sucessão, dificuldades de comunicação com os bancos, políticas de crédito e educação para o campo. Pepe foi parabenizado pelos participantes por sua preocupação em ir até onde o agricultor familiar está, para ouvir e discutir melhorias para o produtor rural.

“A fala do ministro foi bastante esclarecedora. Acho muito bom ver, principalmente, que o MDA se preocupa com a questão da continuidade. Tenho um filho jovem e vejo o quanto é difícil para ele permanecer na terra”, revelou o produtor Geraldo Deon. “É a primeira vez que somos visitados por um ministro. É ótimo perceber que ele se interessa em conhecer a nossa realidade. Melhor ainda, é que os agricultores vieram, participaram e viram o que é o MDA, porque alguns nem sabiam o papel e a importância do ministério para nós”, afirmou o diretor do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Caxias do Sul, Rudimar Menegotto.

Importância da agricultura familiar

Pepe Vargas destacou alguns números do último Censo Agropecuário, de 2006. No Brasil são contabilizados cerca de cinco milhões de estabelecimentos rurais, dos quais 84% são da agricultura familiar, no Rio Grande do Sul essa percentagem chega a 85,7%. Mais de 74% da mão de obra ocupada no campo no Brasil está nas propriedades familiares, o que representa mais de 12 milhões de pessoas - um dos setores que mais emprega no país. Do valor bruto da produção agropecuária, 38% são da produção familiar. No RS esse número corresponde a mais da metade, 54%.

O ministro ainda falou sobre a importância de políticas de desconcentração fundiária, já que 75% da área plantada ainda pertence à agricultura não familiar. “Temos que mudar essa ideia de que a agricultura familiar não dá dinheiro ou que não serve para a exportação”, salientou o ministro. Em 2011, 50 dos principais produtos da agricultura familiar estão presentes em 44% das exportações do Rio Grande do Sul e 19% do valor total do que é exportado no estado vêm do setor. “A renda média do produtor familiar por hectare é R$ 1,7 mil, do não familiar é R$ 700. Isso prova que, por hectare, a agricultura familiar é mais rentável”, frisou Pepe Vargas.