Preservar os recursos hídricos, fauna e flora, por meio da difusão de métodos e práticas sustentáveis, junto às populações rurais. Este é o objetivo da Amanhágua - Organização para o Bem da Água, da Natureza e da Vida – que desde 2001 atua para criar um novo jeito do homem do campo se relacionar com a natureza. “Queremos conscientizar os produtores para que eles cuidem da terra, que integrem as questões ambientais, sociais e econômicas”, afirma a presidente e coordenadora geral da Oscip, Mônica Buono.

A Amanhágua começou com a proposta de promover a educação ambiental. “Percebemos que faltava informação aos produtores rurais quanto à preservação ambiental. Quando eles recebiam orientações, às vezes, não sabiam como agir.” A partir daí, os trabalhos avançaram e, em 2007, foi firmada uma parceria com o governo do Estado para pagamento pelos serviços ambientais para recuperação da Mata Atlântica aos proprietários rurais. “O projeto deu tão certo que se transformou em lei, a Lei do Bolsa Verde.”

A Oscip também desenvolve o Programa Viveiros Familiares, que envolve 40 famílias de sete municípios do entorno do Parque Estadual da Serra do Papagaio, ao sul do Estado de Minas Gerais. Os produtores rurais recebem insumos e auxílio da Amanhágua para a produção das mudas. Depois, as plantas são adquiridas pela organização e destinadas à recuperação de matas ciliares, manutenção de fragmentos florestais de Mata Atlântica e projetos de reflorestamento em geral.

O Programa Viveiros conta com a parceria do Sindicato dos Produtores Rurais de Baependi e com a do SENAR MINAS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), responsáveis por capacitar produtores e trabalhadores rurais para o plantio de mudas. “O SENAR MINAS trouxe bons resultados não só por ter capacitado quem nunca tinha mexido com mudas, como também chamou atenção para a profissionalização em outras áreas.” Segundo Mônica, mais de dois milhões de mudas para corte e recuperação de área já foram plantadas.

A Amanhágua conta também com a parceria do Instituto Estadual de Floresta (IEF), com a ONG americana TNC, com a Funbio, com o BNDES e com a Universidade Federal de Lavras (UFLA). Entre os projetos para o futuro, Mônica cita o desenvolvimento do turismo de base comunitária e também a intenção de criar uma cooperativa dos produtores rurais.

Candeia

Uma das mudas que são plantadas é a candeia. Ela pode ser utilizada para mourão de cerca, devido à durabilidade. Entretanto, é o óleo da madeira que desperta mais o interesse, pois tem propriedade cicatrizante, sendo muito procurado pelas indústrias farmacêuticas. Guatambu, eucalipto e árvores de crescimento rápido para lenha também são plantadas para corte sustentável. Quem quiser plantar mudas pode entrar em contato pelo telefone (35) 3343-1552 ou por e-mail contato@amanhagua.org.