Publicado em: 18/04/2012 às 08:40hs
Em El Salvador estão pelo menos 395 mil agricultores (de acordo com o último Censo realizado) que lutam para sobreviver, alimentar suas famílias e vender o excedente. Destes, cerca de 325 mil trabalham em áreas menores de 2,1 hectares e consomem a maior parte de sua produção, estão localizados no segmento da agricultura de subsistência.
Outros 65 mil compreendem territórios maiores que 2,1 hectares e também vendem a maior parte dos bens produzidos, de modo a obter os recursos econômicos que lhes permitam contratar a mão de obra. Este é o segmento de negócio da agricultura familiar.
O terceiro grupo, que corresponde a cerca de 5 mil agricultores, é mais tecnológico e tem propriedades maiores. São os principais produtores do país.
Voltado para os dois primeiros segmentos, o Ministério da Agricultura e Pecuária de El Salvador (MAG) executa o Plano de Agricultura Familiar (PAF), com apoio técnico do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), entre outros.
O plano está dividido em quatro programas: Abastecimento Nacional para a Segurança Alimentar e Nutricional; Cadeia Produtiva; Inovação Agrícola; e Elo entre Indústria e Comércio.
"Em El Salvador, não apostam na agricultura nos últimos 30 anos. Isso temos de mudar por meio deste plano, juntamente com instituições para saber o que deve ser feito, para não perder tempo escrevendo coisas", disse o ministro Guillermo Lopez.
O IICA apóia a oferta do programa PAF por meio da gestão de insumos agrícolas, mas concentra sua cooperação técnica no objetivo de facilitar a inclusão dos da agricultura familiar nas cadeias produtivas, especificamente em oito setores priorizados pelo MAG: café, pecuária (leiteira), mel, frutas, legumes, cacau, apicultura e grãos básicos (feijão e milho).
Com estes agricultores, o IICA aplica a metodologia de Escolas do Campo, em que os especialistas do Instituto, do MAG e do Centro Nacional de Tecnologia Agropecuária e Florestal (CENTA) fornecem treinamento sobre as mesmas parcelas produtivas.
Trata-se de setores vitais, pois por um lado geram emprego e renda para as zonas rurais e isso ajuda a combater a pobreza, e por outro são chamados a atender uma demanda interna, que leva as famílias a importar cerca de 70% dos alimentos que consomem.
Por isso, é neste mercado, impulsionado principalmente por aviões e caminhões vindos de outros países, onde eles perdem a batalha da terra íngreme e desmatada e os pequenos agricultores salvadorenhos que dependem delas.
Reavaliação da agricultura familiar
De acordo com Gerardo Escudero, Representante do IICA em El Salvador, o PAF é uma espécie de reencontro do país com a sua agricultura.
"O mercado interno é o objetivo, a tarefa pela frente é a encontrar formas de vinculá-lo aos pequenos produtores, para aumentar a qualidade de vida das famílias rurais", disse Escudero
Fonte: IICA - Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura
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