Publicado em: 25/09/2013 às 18:40hs
Embargos internacionais, alta nos preços das commodities agrícolas e o desaquecimento do consumo interno da carne suína resultaram na queda do preço do produto. Hoje, graças ao equilíbrio entre oferta e demanda, ocasionado principalmente pela falta de animais disponíveis, o mercado começa a se mostrar favorável aos produtores.
Para se ter uma ideia, em agosto deste ano, o valor médio do quilo pago ao produtor pelo suíno vivo fechou em R$ 2,73 no Paraná, 7,5% superior em relação ao mesmo período de 2012. Edmar Gervásio, pesquisador do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), explica que o preço do suíno começou a se recuperar a partir do segundo semestre do ano passado, período em que os produtores começaram a abater matrizes, o que reduziu a oferta de animais.
"Com a crise da suinocultura, a oferta e a demanda se ajustaram. Ou seja, quem produzia muito, reduziu o número de abates e aquele que produzia pouco ajustou a produção conforme os pedidos", explica Gervásio. A tendência, segundo ele, é de que os preços aumentem ainda mais, principalmente com a proximidade do final do ano, período em que normalmente há um aumento no consumo da carne. Somente na semana passada, o Deral registrou o quilo do suíno vivo a R$ 2,97, 9% superior à média de agosto. "Para dezembro, estimamos que esse valor deva ficar entre R$ 3,20 e R$ 3,30 o quilo", comemora Gervásio.
Marcelo Dias Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), reforça que a retomada dos preços do suíno trouxe um certo alívio aos produtores. "Queremos que esse crescimento se mantenha neste e no próximo ano", sustenta o dirigente. O presidente salienta que os produtores e as indústrias precisam ficar atentos para que não haja novamente um desequilíbrio entre a oferta e a demanda, para não levar o setor a uma nova crise.
Lopes completa que a associação tem o desafio de manter o consumo da carne suína aquecido porque 85% da produção brasileira dessa proteína fica no mercado interno. "Além disso, precisamos manter a qualidade de produção, focando na questão sanitária". O motivo, alega o presidente da ABCS, é para manter o setor livre de qualquer tipo de embargo, principalmente ao dos principais países importadores da carne brasileira, como a Rússia e a Ucrânia.
Produção - Segundo dados da ABCS, o Brasil possui 1,65 milhão de matrizes e produz 3,5 milhões de toneladas de carne suína por ano. O Paraná é o quarto maior produtor nacional, com uma produção de 6,98 mil toneladas ao ano, ficando somente atrás de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. De acordo com dados do Deral, o rebanho do Estado é estimado em 5,5 milhões de cabeças, o que representa 13,9% do total nacional.
Fonte: Folha Web
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