Publicado em: 27/11/2024 às 07:30hs
A produção de carne suína no Brasil vem crescendo significativamente, impulsionada tanto pelo mercado interno quanto pelas exportações. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o setor registrou um aumento de 49% na produção nos últimos dez anos, alcançando 5,2 milhões de toneladas em 2024, 1% acima do total produzido em 2023. As exportações desempenharam um papel crucial nesse avanço, representando 24% da produção total, com previsão de atingir 1,325 milhão de toneladas este ano, superando as 1,23 milhão de toneladas do ano anterior, um crescimento de 7,7%.
Para atender à crescente demanda, os suinocultores têm adotado estratégias inovadoras, como o uso de probióticos. Felipe Labarca, gerente comercial de Suínos da Novonesis, destaca o lançamento do probiótico Solpreme, que utiliza as cepas Bacillus subtilis e Bacillus amyloliquefaciens. Desenvolvido para ser incluído na ração de fêmeas gestantes, lactantes e leitões, o produto atua diretamente na inibição de patógenos como Clostridium perfringens e Escherichia coli, principais responsáveis por diarreias que comprometem o desenvolvimento e a uniformidade dos leitões.
Essa uniformidade é medida pelo coeficiente de variação (CV), que analisa o peso médio dos indivíduos do grupo. O uso de probióticos pode melhorar essa uniformidade em 1%, representando ganhos financeiros entre R$ 3,20 e R$ 8,00 por suíno abatido.
Labarca aponta ainda que os probióticos à base de bacilos contribuem para um ganho de peso diário mais consistente nos leitões e reduzem em cerca de 30% os casos de diarreia pós-desmame, o que representa um impacto positivo significativo para a produtividade do setor.
Além de melhorar a saúde geral dos animais, os probióticos auxiliam na redução do uso de tratamentos terapêuticos, minimizando a resistência a antibióticos — um problema global destacado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma ameaça à segurança alimentar e à saúde pública.
Fêmeas tratadas com probióticos apresentam melhor equilíbrio da microbiota, condição corporal aprimorada e menor perda de peso durante a lactação, o que favorece as funções reprodutivas e reduz o intervalo para o retorno ao cio. Como resultado, os leitões desmamados são mais fortes, saudáveis e uniformes, garantindo maior peso de carcaça com qualidade superior.
Com o uso de soluções biológicas, a suinocultura brasileira não apenas melhora sua competitividade no mercado internacional, mas também promove práticas sustentáveis que asseguram a saúde animal e a qualidade do produto final. Esse movimento reforça a posição do Brasil como líder global na produção de carne suína premium e sustentável.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias