Publicado em: 16/12/2024 às 18:20hs
Santa Catarina se prepara para implementar uma das iniciativas mais desafiadoras do Hub de Descarbonização da FIESC: a conversão de 100% dos dejetos suínos em biogás e energia nos próximos dez anos. O projeto-piloto, previsto para iniciar em 2025, envolverá 40 suinocultores e já conta com a adesão das principais agroindústrias, fornecedores de equipamentos, empresas compradoras de energia e gás biometano, além de financiadores e outros interessados. A proposta foi apresentada pelo gerente-executivo de Inovação e Tecnologia da FIESC, Maurício Pauletti, durante reunião da diretoria da entidade, realizada na sexta-feira (13).
Pauletti explicou que o objetivo é criar planos de negócios personalizados para cada suinocultor, definindo modelos de gestão, fontes de fomento, fornecedores e formas de comercialização da energia gerada. Segundo ele, a descarbonização é uma tendência e uma exigência do mercado consumidor. "Apesar dos desafios na mitigação das emissões de gases de efeito estufa, o setor industrial tem muitas oportunidades. É possível implementar essas soluções de forma economicamente sustentável", afirmou Pauletti. A conversão dos dejetos suínos em energia representa uma oportunidade de gerar renda por meio da venda de insumos energéticos.
Para o setor industrial em geral, as principais oportunidades de descarbonização envolvem sistemas de geração de calor ou refrigeração, gestão de viagens a serviço, resíduos, frota e consumo de energia. O Hub de Descarbonização da FIESC articula projetos e serviços de apoio, incluindo programas de descarbonização específicos para cadeias produtivas, inventários setoriais e individuais de Gases de Efeito Estufa (GEE), e iniciativas relacionadas a programas ESG (ambiental, social e de governança). Outros serviços previstos para 2025 incluem a jornada de descarbonização, o atlas energético de Santa Catarina e uma pós-graduação focada no tema. Micro e pequenas empresas também serão envolvidas, considerando sua participação nas cadeias produtivas.
Pauletti também destacou projetos desenvolvidos pelos Institutos SENAI de Inovação e Tecnologia, que visam acelerar a transição para uma economia de baixo carbono. As boas práticas desses projetos estão documentadas na edição especial nº 3 da Revista Indústria & Competitividade.
Composta por 28 institutos de inovação e mais de 60 institutos de tecnologia, a Rede SENAI apoia a atualização tecnológica e o desenvolvimento de novos produtos e processos para a indústria brasileira. Ela oferece serviços de consultoria, metrologia e projetos de inovação, além de promover parcerias com universidades, centros de pesquisa e investidores. Em Santa Catarina, a rede possui 10 unidades, sendo três de inovação, que são referências nacionais em áreas como Processamento a Laser, Sistemas de Manufatura e Sistemas Embarcados. Além disso, os institutos de tecnologia atendem diversos setores da indústria catarinense, como Alimentos e Bebidas, Cerâmica, Madeira e Mobiliário, Mobilidade Elétrica, Energias Renováveis, Têxtil, Vestuário e Design, enquanto os institutos Ambiental e de Excelência Operacional focam em soluções de sustentabilidade e melhoria de processos produtivos para diferentes segmentos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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