Publicado em: 28/03/2025 às 17:00hs
O mês de março foi marcado por uma forte desvalorização nos preços da carne suína no Brasil. De acordo com Allan Maia, analista e consultor da Safras & Mercado, as expressivas altas registradas em fevereiro acabaram gerando dificuldades nos repasses ao longo do mês seguinte.
Segundo Maia, o desempenho do mercado atacadista foi fraco, o que levou os frigoríficos a adotarem uma postura mais cautelosa nas negociações do suíno vivo. Com os preços em queda e os custos da ração pressionados pela alta do milho, o cenário foi de apreensão para os produtores.
Apesar das dificuldades no mercado interno, o setor encontrou um ponto positivo nas exportações, que apresentaram forte desempenho e ajudaram a reduzir a oferta doméstica, amenizando parcialmente os impactos da queda nos preços.
Levantamento da Safras & Mercado apontou retração nos preços do suíno vivo nas principais regiões produtoras do país. A média de preços no Centro-Sul caiu 8,10%, passando de R$ 8,10 para R$ 7,45 por quilo.
Os cortes de pernil no atacado registraram queda de 8,95%, reduzindo de R$ 14,69 para R$ 13,38 por quilo, enquanto a carcaça teve uma desvalorização ainda mais acentuada, caindo 13,50% e passando de R$ 13,52 para R$ 11,69.
A arroba suína em São Paulo recuou de R$ 172,00 para R$ 153,00. No Rio Grande do Sul, o quilo vivo permaneceu em R$ 6,50 na integração, enquanto no mercado independente caiu de R$ 8,60 para R$ 7,95.
Em Santa Catarina, o preço do suíno vivo na integração seguiu em R$ 6,60, enquanto no mercado livre recuou de R$ 8,55 para R$ 7,70. No Paraná, o valor do quilo caiu de R$ 8,75 para R$ 7,80 no mercado independente, enquanto na integração permaneceu em R$ 6,65.
Outras regiões também registraram quedas expressivas:
Mesmo com as dificuldades no mercado interno, as exportações de carne suína “in natura” foram um dos destaques positivos do mês. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, o Brasil exportou 72,597 mil toneladas do produto em março, com uma média diária de 5,584 mil toneladas. O faturamento total foi de US$ 182,105 milhões, com um preço médio de US$ 2.508,40 por tonelada.
Na comparação com março de 2024, houve um crescimento de 56,5% na receita média diária, um avanço de 41,8% na quantidade embarcada e uma elevação de 10,4% no preço médio da carne suína exportada.
Apesar dos desafios enfrentados no mercado doméstico, o desempenho das exportações se mostrou um fator fundamental para minimizar os impactos da desvalorização nos preços internos, mantendo a competitividade do setor no cenário global.
Fonte: Portal do Agronegócio
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