Suíno

Quais os impactos da circovirose para a suinocultura?

Doença é responsável por atraso no crescimento dos animais e por uma série de perdas produtivas


Publicado em: 16/10/2020 às 15:00hs

Quais os impactos da circovirose para a suinocultura?

Presente nos mais diversos níveis produtivos, a Circovirose é responsável por uma série de perdas econômicas relevantes para suinocultura mundial. A patologia, que ocorre de forma endêmica, aumenta os níveis de mortalidade na granja e acarreta uma série de perdas produtivas.

“Quando pensamos no setor suinocultor, a circovirose é uma das doenças mais importantes à  nível econômico, pois pode ser responsável por uma redução considerável no crescimento dos animais e uma série de perdas zootécnicas que geram prejuízos para os criadores”, afirma a médica-veterinária e gerente de linha da Unidade de Suínos da Ceva Saúde Animal, Marina Moreno.

A patologia tem como agente o Circovírus Suíno do tipo 2 (PCV2), que ataca o sistema imunológico dos animais. A transmissão da patologia ocorre tanto de forma vertical, das fêmeas para os leitões, como horizontal, de um animal para o outro. Neste caso os suínos são contaminados ao entrar em contato com secreções oro nasais.

Os animais afetados podem ter manifestações subclínicas e clínicas da doença. Na forma clínica os suínos afetados podem desenvolver uma destas cinco apresentações: doença sistêmica, doença respiratória, doença entérica, doença reprodutiva e síndrome de dermatite e nefropatia.

Entre essas, a manifestação sistêmica é uma das que mais preocupa os criadores, sendo responsável por uma série de perdas produtivas. A enfermidade acomete leitões a partir da quinta semana de vida, comprometendo e atrasando o crescimento dos animais. Em um plantel não vacinado, a mortalidade de animais com sinais clínicos pode ser bem superior a 50%. Os animais que sobrevivem acabam perdendo peso progressivamente sem capacidade de recuperação (refugando).

Outras formas de apresentação da doença incluem problemas respiratórios, enterites, dermatite, nefropatia e falhas reprodutivas. Além disso, por conta da imunossupressão, os suínos ficam sujeitos à ação de agentes oportunistas, que podem estimular o surgimento de outras patologias na granja.

Para conter os avanços do PCV2 na granja o diagnóstico diferencial é imprescindível. “Como a circovirose é uma doença multifatorial é preciso avaliar uma série de aspectos para determinar a presença do agente no plantel. Entre eles, os sinais clínicos, presença de lesões macroscópicas, análise dos índices da granja além dos resultados de exames laboratoriais”, detalha o médico-veterinário e gerente técnico da Unidade de Suínos da Ceva, William Costa.

Em linhas gerais, o diagnóstico da circovirose baseia-se no aparecimento de uma condição caracterizada, principalmente, por perda e mortalidade acima do esperado no nível histórico da granja e no diagnóstico individual dos animais que apresentam sintomas, como emagrecimento progressivo, perda de apetite, linfadenopatia, entre outros.

“Aconselha-se a realização de um diagnóstico completo para chegar à conclusão da presença do PCV2 no plantel. Para isso é necessário considerar outros agentes que podem causar atraso no crescimento e mortalidade”, explicam William.

Como a circovirose apresenta sintomas similares como os originados por outras patologias é essencial a realização do diagnóstico diferencial. “Ele será responsável por identificar qual patógeno está afetando os suínos. Essa informação é de extrema importância para que os animais possam receber o tratamento correto e principalmente para que as medidas corretivas sejam devidamente aplicadas na granja”, explica William.

O diagnóstico diferencial do PCV2 deve incluir todas as doenças que geram deterioração nos suínos. É necessário considerar as patologias que causam aumento de linfonodos, edema pulmonar e pneumonia intersticial, como Influenza, Salmonella e Micotoxinas.

A vacinação é a maior ferramenta que o suinocultor pode ter para manter seu plantel livre dessa doença. A vacinação de leitões e a monitoria do status imunológico de toda a granja, incluindo das marrãs de reposição, é de extrema importância para determinar o melhor momento de vacinação e escolher o protocolo mais adequado para a granja.

Fonte: Ceva Saúde Animal

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