Publicado em: 25/11/2024 às 14:00hs
A fase de desmame representa um dos momentos mais desafiadores para a criação de suínos, especialmente no que se refere à nutrição dos leitões. De acordo com a médica-veterinária Fernanda Laskoski, da Auster Nutrição Animal, o baixo consumo de alimentos nesse período pode gerar impactos fisiológicos significativos no trato gastrointestinal, além de comprometer o desenvolvimento e a saúde dos animais.
Entre os fatores críticos está a adaptação dos leitões a comedouros e bebedouros, que precisa ser bem conduzida logo nas primeiras horas após o desmame. Segundo Laskoski, a introdução de hábitos alimentares adequados é essencial para evitar a remoção de leitões do sistema produtivo devido ao subdesenvolvimento, independentemente do peso ao desmame.
Uma estratégia importante para o sucesso do consumo pós-desmame começa ainda na maternidade. O fornecimento de pequenas porções de ração a partir do quinto dia de vida, várias vezes ao dia, contribui para a adaptação digestiva dos leitões e melhora seu desempenho na fase de creche.
Outra medida eficaz envolve o incentivo ao consumo por meio da disponibilização de ração nas proximidades dos comedouros, garantindo visibilidade e acesso fácil nos primeiros dias. Estudos indicam que essa prática pode reduzir em até 4% a taxa de remoção de leitões durante a creche. Além disso, ajustes nos comedouros, como o aumento do espaço disponível, aceleram o início do consumo alimentar, com resultados observados em até oito horas.
Controlar a uniformidade dos animais também é fundamental para evitar disputas por alimento, o que frequentemente resulta na desnutrição de leitões menores. Aspectos como a temperatura das instalações e a qualidade do ar devem ser monitorados, pois podem impactar diretamente o ganho de peso diário em até 11% e a conversão alimentar em até 3%.
No Brasil, as diferenças climáticas entre as regiões representam um desafio adicional. Para superar essa barreira, é necessário considerar as especificidades locais e implementar melhorias contínuas. Boas práticas de manejo associadas a uma nutrição de qualidade e ao cuidado sanitário nas granjas são cruciais para alcançar altos índices de produtividade e bem-estar animal.
O setor suinícola brasileiro vem registrando crescimento constante desde 2013, alcançando, em 2022, a marca de 5,1 milhões de toneladas de carne suína produzidas, com um consumo per capita de 18 quilos por habitante, conforme dados da Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA).
A adoção de práticas que priorizem o manejo e a nutrição adequados no período pós-desmame é essencial para fortalecer a competitividade do setor, otimizando a produção e contribuindo para a lucratividade da suinocultura nacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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